A Campanha Eu Voto em Negra em tempos de pandemia: o digital como ferramenta de luta social

  • Autor
  • Laila Thaíse Batista de Oliveira
  • Resumo
  •  

    O presente trabalho é um recorte da pesquisa de doutoramento “O Ciberativismo no Movimento de Mulheres Negras na Política:  Estratégias em Rede da Organização Fórum Marielle e da Campanha Vote em Negra Em 2020” e propõe trazer uma breve análise da live de lançamento da campanha Eu Voto em Negra, organizada pela Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, campanha que se configurou como estratégia do movimento de mulheres negras para fortalecimento da inserção dessas mulheres na política durante o período da pandemia da Covid-19 em 2020 e após.

    Partimos desse recorte temporal considerando os problemas ocasionados pela pandemia, a exemplo do isolamento social, do aumento da violência de gênero e da dificuldade de acesso aos direitos básicos.  Nesse cenário, o ambiente digital se mostra primordial para a atuação dos movimentos sociais na luta por transformações, ao mesmo passo que emergiram dificuldades de acesso à internet, a equipamentos como smartphones e computador e até aos programas assistenciais online, como o auxílio emergencial. 

    Mesmo com os problemas citados, foi possível observar que as diversas iniciativas do movimento feminista negro nas plataformas digitais contribuíram para a construção de uma frente de luta. A partir dessas diversas ações, constituíram agendas que conseguissem abarcar a diversidade das mulheres negras e periféricas no Brasil, numa perspectiva interseccional (gênero, raça, classe, sexualidade, LGBTQIAPN+, deficiência física e outros).

    O trabalho traz como pano de fundo compreender a contribuição dos movimentos de mulheres negras para a consolidação da democracia e enfrentamento ao conservadorismo causado pelo governo Bolsonaro. Cabe ressaltar que em 2020 houve um aumento de candidaturas de mulheres negras, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) das eleições municipais, em quatro cidades mulheres negras foram eleitas pela primeira vez na história - no executivo, de um total de 856 candidaturas femininas negras, 209 foram eleitas à prefeitura.

    Por fim, as análises serão desenvolvidas à luz de teóricas do pensamento feminista negro do Brasil e em diáspora, a exemplo de Lélia Gonzales (2020), Beatriz Nascimento (2021), Grada Kilomba (2019), Sueli Carneiro (2018), Angela Figueiredo (2021), bell hooks (2023) e Angela Davis (2016). Como metodologia para a análise, utilizaremos a netnografia, a partir da produção de Kolzinets (2014), que entende que a análise das comunidades digitais precisa ser feita por sujeitos de dentro, que também façam parte da comunidade.

     

  • Palavras-chave
  • Movimento de Mulheres Negras, Plataformas Digitais, Política, Pandemia
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT8 - Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
Voltar Download
  • GT1 - Políticas de Comunicação
  • GT2 - Comunicação popular, alternativa e comunitária
  • GT3 - Indústrias midiáticas
  • GT 4 - Políticas culturais e economia política da cultura
  • GT5 - Economia Política do Jornalismo
  • GT6 - Teoria e Epistemologia da Economia Política da Comunicação
  • GT7 - Estudos Críticos em Ciência da Informação
  • GT8 - Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
  • Sessões Especiais em "Comunicação e Extensão"

Comissão Organizadora

Ulepicc-Brasil

Comitê Científico

Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)

Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)

Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)

Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)

Carlos Eduardo Franciscato (UFS)

Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)

César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)

Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)

Eloy Santos Vieira (UFS)

Fernando José Reis de Oliveira (UESC)

Florisvaldo Silva Rocha (UFS)

Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)

Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)

Manoel Dourado Bastos (UEL)

Marcelo Rangel Lima (UFS)

Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)

Renata Barreto Malta (UFS)

Rodrigo Moreno Marques (UFMG)

Rozinaldo Antonio Miani (UEL)

Verlane Aragão Santos (UFS)