Introdução As tecnologias da informação e da comunicação adquirem centralidade no sistema capitalista e no cotidiano, sendo fundamentais na continuidade da hegemonia norte-americana com o “governo Reagan no plano macroeconômico, político e militar” e “pelo projeto das infraestruturas globais da informação do governo Clinton” (BOLAÑO, 2024). Atualmente se desdobram num processo denominado “plataformização”, numa infraestrutura espraiada em diversos setores (VAN DIJCK, 2022). Cabe compreender mudanças nos negócios e estratégias do Google e Globo, pois dominam mercados nos quais atuam e reordenam o regime de concorrência/monopólio. Justificativa Visando questões econômica, política, social e cultural, a Economia Política da Comunicação é compreendida para analisar estratégias na parceria Google e Grupo Globo, com serviços distintos e oponentes no mercado audiovisual. Problema No Brasil, quem controla a mídia televisiva fomenta uma indústria cultural no país, ainda preferência nacional. Segundo a PNAD (IBGE, 2022)1 , mais de 6 milhões de domicílios não acessam Internet, um entrave para o Google. Como extrair dados e garantir sucesso e expansão do seu monopólio? Apesar do contraste tecnológico e econômico do Google, a plataformização da Globo no Brasil pode contribuir para acessar dados dos brasileiros ainda fora da Rede. 1 https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9127-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios.html 1 Metodologia A pesquisa bibliográfica enfoca Políticas de Comunicação, Economia Política da Comunicação e Mídias Digitais, para analisar a comunicação, as tecnologias e os entrelaçamentos Google/Globo nos negócios da mídia. Também documentos como a Constituição Federal do Brasil e o Marco Civil da Internet, pois regulamentam o ecossistema midiático. Discussão preliminar As plataformas do Google estabelecem pontos de controle sobre fluxos comunicacionais e interações na Internet. Dominando a radiodifusão, mas enfrentando concorrência com streamings, a Globo cria o Globoplay e espraia a TV Globo em jornalismo, esporte e entretenimento. A união entre a maior emissora da radiodifusão no Brasil com a gigante de tecnologia do mundo fortalece o capitalismo de vigilância (Zuboff, 2016). Trabalha a influência no cotidiano e as práticas sociais, visando o aprisionamento da vida, lucro e acúmulo de riqueza (Couldry; Mejias, 2019). Hipóteses A Rede Globo necessita coexistir diante dos novos fluxos comunicacionais e a Google necessita chegar pela radiodifusão aos brasileiros (mercadoria) ainda desconectados. Para receber receita publicitária, oferta-se consumo em qualquer meio, proporcionando experiência e conexão ao telespectador, desde que monetizem conteúdos, sem perder receita em suas diferentes versões. Conclusão Para a Globo os riscos aparentam ser maiores. Graças a expansão da Internet, a emissora tem maior abrangência com o binômio radiodifusão/telecomunicações. A convergência audiovisual-telecomunicações-informática (BOLAÑO, 1997; MARTINS, 2018) pode ser agregadora da nova dinâmica do capital. Beneficia a Globo, com implicações relevantes para a Google, pois a Globo infere dano às suas práticas monopolistas no país.
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)