DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE HEGEMONIA E A ECONOMIA POLÍTICA DA COMUNICAÇÃO NO ESTUDO DE PLATAFORMAS DIGITAIS

  • Autor
  • Pablo Nabarrete Bastos
  • Resumo
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    Os estudos sobre hegemonia e da Economia Política da Comunicação (EPC) possuem percursos teóricos e epistemológicos distintos no campo da Comunicação. Há uma leitura hegemônica do conceito de hegemonia a partir da forma como o conceito foi apropriado, principalmente pelos Estudos Culturais, provocando uma associação entre hegemonia e este campo de estudos. Nessa apropriação ocorreram imprecisões no uso do conceito, notadamente com relação aos seus fundamentos econômicos e de classe, amplamente ignorados (Bastos, 2023). Já a trajetória das pesquisas sobre Indústria Cultural, para ficar com um dos principais objetos de estudo da EPC, está historicamente relacionada com a Teoria Crítica, sendo quase sinônimo dessa vertente teórica a partir das contribuições de Adorno e Horkheimer (2002). Não obstante, a EPC brasileira possui percurso próprio, a partir das produções iniciais de César Bolaño (2000, 2004), resultado das suas pesquisas de mestrado e doutorado, consideradas seus marcos teóricos fundadores. Uma das características centrais da EPC brasileira, com destaque para Bolaño, é o rigor teórico utilizado para desenvolver uma teoria marxista da comunicação, seguindo pari passu o método da obra madura de Marx, sobretudo O Capital (Marx, 2013).

    Este trabalho busca identificar e expor os diálogos possíveis entre estudos sobre hegemonia e da EPC, com foco central em Bolaño, considerando as especificidades epistemológicas, teóricas e metodológicas de cada campo de estudos, com o objetivo de pensar as aproximações, distanciamentos, tensionamentos e propor articulações para a pesquisa sobre plataformas digitais e plataformização. Partimos principalmente da obra de Lênin (2009) e Gramsci (1999, 2000, 2007a, 2007b), de estudos que temos desenvolvido para compreender com rigor o conceito de hegemonia e suas relações com noções e fenômenos emergentes no campo da comunicação, notadamente a plataformização (Bastos, 2022a, 2022b; Bastos; Miani; Engelmann, 2023), e das referências da EPC que compõem projeto de pesquisa em desenvolvimento, com destaque para Bolaño (2000, 2015a, 2015b), Bolaño e Figueiredo (2017), Bolaño, Martins e Valente (2022), Figueiredo (2022), Dourado Bastos e Bernardi (2022) e Dourado Bastos, Souza e Fusaro (2023), com ênfase no debate sobre a forma comunicação e suas funcionalidades: publicidade, propaganda, programa e interação. A partir do que identificamos como eixos centrais para o debate, os objetivos específicos são colocar em diálogo e tensionamento: a perspectiva de Estado e estado ampliado em Gramsci com a perspectiva de Estado desenvolvida por Bolaño (2000), o que implica discutir as noções de crise e regulação, as perspectivas sobre trabalho intelectual e cultural em Gramsci e na EPC e, por fim, o debate sobre a forma aparelho dos media como possível intersecção entre estudos sobre hegemonia e a EPC para a análise das plataformas digitais e do processo de plataformização, a partir das contribuições centrais de Gramsci (2011, 2007a), Liguori, (2007), Louis Althusser (1985), Cesareo (1983), Bolaño (2000) e Bastos (2020, 2022a).

     
     

     

  • Palavras-chave
  • hegemonia; EPC; forma comunicação e suas funcionalidades; plataformas digitais; plataformização; crise
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT6 - Teoria e Epistemologia da Economia Política da Comunicação
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