O grupo de pesquisa Crítica da Economia Política da Comunicação (CEPCOM) surge na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em 2007, ainda enquanto núcleo. O cenário só muda em 2018, com a formalização enquanto grupo da UFAL sob a liderança dos professores Júlio Arantes e Anderson Santos.
As ações desenvolvidas no CEPCOM partem da vertente da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (EPC) de César Bolaño (2000), numa compreensão de que:
[...] trata-se em essência da ampliação do ferramental crítico da economia política para a compreensão das estruturas de mediação social características do modo de produção capitalista, especialmente aquelas desenvolvidas a partir das transformações sistêmicas que se traduziram na constituição do chamado capitalismo monopolista, na virada do século XX (BOLAÑO & BASTOS, 2020, p. 177-178).
Desde então, alguns projetos foram organizados a partir do CEPCOM. Aqui, apresentaremos as diferentes propostas extensionistas formalizadas na UFAL e desenvolvidas de nesta década: projeto “Orientações sobre cuidados com o uso de plataformas de rede social por crianças e adolescentes” (2022); “II Jornada nordestina de pós-graduandas/os em Comunicação e Futebol” (2022); “Curso de extensão Economia Política do Futebol” (2023); “Oficinas de podcast a partir da temporada d'O Jogo é Hoje” (2024); e “Curso CEPCOM/CLACSO: Trabalho cultural e artístico” (2024).
Verifica-se 3 preocupações: cursos de formação em EPC; realização de eventos para difusão de distintas pesquisas; e formação para melhor uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC).
Sobre os 2 primeiros pontos, seguimos direcionamento de Santos (2022) na compreensão de a EPC se tratar de um campo periférico nos campos da Comunicação e da Economia, pouco espalhado pelo território brasileiro. Assim, é necessário gerar processos de formação neste subcampo a partir de determinados objetos que possam atrair pesquisadoras/es de outras áreas e até profissionais do campo artístico-cultural.
O segundo aspecto relacionado às TDICs dialoga com as disciplinas lecionadas pelos líderes do grupo de pesquisa nos cursos de graduação. Estes envolvem processos de gravação de áudio e vídeo a partir de uma perspectiva da comunicação popular, assim como os cuidados necessários para a utilização de plataformas digitais.
O projeto de extensão executado no campus Santana do Ipanema do Instituto Federal de Alagoas, por exemplo, partia do entendimento de que cada vez mais cedo e por mais tempo crianças e adolescentes passam a utilizar a internet, independentemente de nível de alfabetização. Entretanto, é necessário considerar, para além do fato quantitativo de conexão, “a consciência sobre seu uso, pensamento reflexivo e entendimento sobre seu funcionamento”, como aponta Fantin (2016, p. 8).
Entende-se que a extensão cumpre papel fundamental na relação da universidade com a sociedade. Partindo de uma compreensão do papel da educação desde Freire (1996), se é necessário investir numa educação voltada à reflexão e à experiência a partir do cotidiano, o lidar com atividades extensionistas serve para uma formação mais complexificada e, numa relação dialógica, também para e com as comunidades socioculturais em que isso se dá.
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)