MODA E INFLUENCIADORES: UM CAMPO CRÍTICO?

  • Autor
  • Alexandra Anastácio
  • Co-autores
  • Luana Matos do Nascimento
  • Resumo
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    Que histórias as revistas femininas de moda contam? Fotos coloridas impressas em papel sofisticado, entrevistas e dicas superficiais de padrões de beleza, esse parece ser o padrão. Quando falamos de influenciadores, esse processo se expandiu para internet? Nas redes sociais, mais fotos, vídeos e posts em redes sociais colorem uma imagem que muitos entendem como “vazia”. Indo mais além, podemos dizer que a história do jornalismo de moda pode ser considerada um guia do desenvolvimento de duas indústrias: a da comunicação e da moda, desde suas origens até a contemporaneidade.

    É a partir dessa compreensão que temos como objetivo principal verificar se no contexto da internet - um espaço que se diz diverso - o discurso das influenciadoras de moda é crítico ou hegemônico. Reproduz o que já estava em voga nas revistas ou se pretende algo novo? Ainda mais quando falamos de um campo, a moda, que se propõe a ditar as regras do estilo de ser.

    Para isso, temos como metodologia a pesquisa bibliográfica e documental. Reunimos trabalhos e documentos com foco em moda, influenciadores, alta costura e como teoria nos baseamos na Economia Política da Comunicação (EPC) e em Pierre Bourdieu. Sendo assim, intercalamos os conceitos capital simbólico, cultural, social e econômico com a realidade neoliberal.

    É importante dizer que esse artigo reconhece que há uma diversidade de conteúdos na internet, raça, cor e gênero. Contudo, também há os que são mais acessados, visualizados e estão na “moda”. É com o intuito de analisar esses conteúdos que escolhemos três influenciadoras: Camila Coutinho, conhecida por ser a primeira a profissionalizar a carreira de blogueira; Gabriela Sales, conhecida pelo @ricademarré e considerada uma influencer referência para os demais e Alexandra Burnier – conhecida como Lele Burnier - que viralizou ao ser a primeira influenciadora a postar vídeos “Arrume-se comigo” no Brasil na rede TikTok, onde tem mais de 3 milhões de seguidores. Assim, escolhemos três influenciadoras que fazem parte de duas gerações diferentes, as “blogueiras de vanguarda” (KARHWI, 2018) Camila Coutinho e Rica de Marré que começaram nos blogs e Lele Burnier que deu início a sua trajetória na rede TikTok.

    Levando-se em consideração o que Darnot e Laval (2016, p. 322) definiram como sujeito neoliberal, o qual a ideia de empresa e o sujeito se confundem, pois “Ele deve trabalhar para sua própria eficácia, para a intensificação de seu esforço, como se essa conduta viesse dele próprio, como se esta lhe fosse comandada de dentro por uma ordem imperiosa de seu próprio desejo, à qual ele não pode resistir.”, o estudo relevou que a profissão de influenciador digital é resultado disso. Após a análise, de fontes como o discurso das próprias influenciadoras em suas publicações. Por fim, ressaltamos que o neoliberalismo é alimentado desse ponto de confluência entre os campos da moda e da comunicação agora unidos ao campo tecnológico, pois propagam modelos hegemônicos de poder econômico.

     

     

  • Palavras-chave
  • Campo; Capital; Moda; Neoliberalismo; Influenciadores
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
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