Que histórias as revistas femininas de moda contam? Fotos coloridas impressas em papel sofisticado, entrevistas e dicas superficiais de padrões de beleza, esse parece ser o padrão. Quando falamos de influenciadores, esse processo se expandiu para internet? Nas redes sociais, mais fotos, vídeos e posts em redes sociais colorem uma imagem que muitos entendem como “vazia”. Indo mais além, podemos dizer que a história do jornalismo de moda pode ser considerada um guia do desenvolvimento de duas indústrias: a da comunicação e da moda, desde suas origens até a contemporaneidade.
É a partir dessa compreensão que temos como objetivo principal verificar se no contexto da internet - um espaço que se diz diverso - o discurso das influenciadoras de moda é crítico ou hegemônico. Reproduz o que já estava em voga nas revistas ou se pretende algo novo? Ainda mais quando falamos de um campo, a moda, que se propõe a ditar as regras do estilo de ser.
Para isso, temos como metodologia a pesquisa bibliográfica e documental. Reunimos trabalhos e documentos com foco em moda, influenciadores, alta costura e como teoria nos baseamos na Economia Política da Comunicação (EPC) e em Pierre Bourdieu. Sendo assim, intercalamos os conceitos capital simbólico, cultural, social e econômico com a realidade neoliberal.
É importante dizer que esse artigo reconhece que há uma diversidade de conteúdos na internet, raça, cor e gênero. Contudo, também há os que são mais acessados, visualizados e estão na “moda”. É com o intuito de analisar esses conteúdos que escolhemos três influenciadoras: Camila Coutinho, conhecida por ser a primeira a profissionalizar a carreira de blogueira; Gabriela Sales, conhecida pelo @ricademarré e considerada uma influencer referência para os demais e Alexandra Burnier – conhecida como Lele Burnier - que viralizou ao ser a primeira influenciadora a postar vídeos “Arrume-se comigo” no Brasil na rede TikTok, onde tem mais de 3 milhões de seguidores. Assim, escolhemos três influenciadoras que fazem parte de duas gerações diferentes, as “blogueiras de vanguarda” (KARHWI, 2018) Camila Coutinho e Rica de Marré que começaram nos blogs e Lele Burnier que deu início a sua trajetória na rede TikTok.
Levando-se em consideração o que Darnot e Laval (2016, p. 322) definiram como sujeito neoliberal, o qual a ideia de empresa e o sujeito se confundem, pois “Ele deve trabalhar para sua própria eficácia, para a intensificação de seu esforço, como se essa conduta viesse dele próprio, como se esta lhe fosse comandada de dentro por uma ordem imperiosa de seu próprio desejo, à qual ele não pode resistir.”, o estudo relevou que a profissão de influenciador digital é resultado disso. Após a análise, de fontes como o discurso das próprias influenciadoras em suas publicações. Por fim, ressaltamos que o neoliberalismo é alimentado desse ponto de confluência entre os campos da moda e da comunicação agora unidos ao campo tecnológico, pois propagam modelos hegemônicos de poder econômico.
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)