A BONECA QUE TINHA A ILUSÃO DE SER LIVRE: PATRIARCADO NO LIVE ACTION DA BARBIE

  • Autor
  • Daiana de Medeiros Brandão
  • Co-autores
  • Juanna Beatriz de Brito Gouveia , Maria Luiza Santos Nunes , Daniel Dantas Lemos
  • Resumo
  • É nossa proposta utilizar a Análise Crítica do Discurso (ACD) no estudo do live action da “Barbie", filme dirigido por Greta Gerwig em 2023. Discutimos como o patriarcado e o machismo, na narrativa do filme, não só descrevem o modelo de sociedade que submete as mulheres, mas também servem como instrumento de controle e dominação da própria Barbie, iludida de sua influência como heroína do feminismo no “mundo real”.

    Destacamos a noção de contexto conforme discutida por van Dijk (2020, p. 7), segundo quem  precisamos “ter acesso ao contexto como um todo e em toda a sua complexidade, para entender de que modo o poder se relaciona com o texto e com a fala e, mais geralmente, de que modo o discurso reproduz a estrutura social” (van Dijk, 2020, p. 7). 

    A Barbie promove um controle do contexto enquanto estabelece como discussão acerca do patriarcado, vivendo em um universo ficcional de independência em que não há sinal de fragilidade feminina.  Ao chegar ao mundo real, depara-se com um caminho até ir ao ginecologista - se transforme numa mulher real. 

    A maior expressão de machismo estrutural, que visa o controle do discurso, reforçar o abuso de um poder que controla os contextos está na exclusão de classe e cor, que não é problematizada devidamente no filme. 

    Enquanto é enunciado no filme uma submissão do Ken perante a Barbie (“Ken sem a Barbie não existe”), a Barbie se destaca por se achar livre e autônoma, enquanto vivia sob controle, sendo manipulada pela diretoria da Mattel, composta apenas por homens. 

    Nesta discussão, a Barbie apresentada pelo produto fílmico dirigido por Greta Gerwig e protagonizado por Margot Robbie foi analisada em aspectos discursivos que revelam uma face rica para a discussão: como a Barbie, sem perceber, sempre esteve vinculada à exploração das mulheres pelo patriarcado.

     

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

     

    Batista Júnior, J. R.; Melo, I. F.; Sato, D. T. Análise de discurso crítica para linguistas e não linguistas. São Paulo: Editora Parábola, 2018.

     

    Gerwig, G. (Diretora) Barbie. Estados Unidos, 2023.

     

    hooks, b. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Tradução Ana Luiza Libânio.  Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

     

    Magalhães, I.; Martins, A. R.; Resende, V. de M. Análise de discurso crítica: um método de pesquisa qualitativa.  Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2017.

     

    Resende, V. de M.; Ramalho, V.. Análise de discurso crítica.  São Paulo: Contexto, 2019.

     

    van Dijk, T. A. Discurso e contexto: uma abordagem sociocognitiva. Tradução por Rodolfo Ilari. SP: Editora Contexto. Livro eletrônico, 2020.

  • Palavras-chave
  • comunicação midiática; cinema; análise crítica do discurso; violência discursiva; Barbie
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT3 - Indústrias midiáticas
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