Demandas pela Comunicação Comunitária na formulação de políticas de Comunicação das organizações sociais do setor

Demandas pela Comunicação Comunitária na formulação de políticas de Comunicação das organizações sociais do setor

• Autor
• Adilson Vaz Cabral Filho
• Resumo

• As iniciativas de Comunicação Comunitária vivem um processo de reconfiguração diante da consolidação de novos fluxos audiovisuais e da comunicação plataformizada, que conformam as relações atuais de produção, circulação e consumo de bens audiovisuais. Este cenário, que envolvem não apenas novas tecnologias, mas também novos atores, acirra aspectos já abordados criticamente (MARTÍN-BARBERO, 2004; GUMUCIO-DAGRON e HERRERA-MILLER, 2010; LIMA, 2012; MORAES, 2016; AIRES e SANTOS, 2017), evidenciando questões que assumem novos desafios, como a necessidade de regulamentar e regular o setor, bem como o enfrentamento à captura regulatória cada vez mais estruturada.

  Em função de um acirramento político que afeta o setor das comunicações, mas também possibilita a disseminação de agendas e articulações vinculadas a forças conservadoras em diversos contextos nacionais e regionais, afetando a demanda pela construção e afirmação de políticas públicas que evidenciem direitos humanos que incidem em diversas áreas como segurança, saúde, educação e trabalho, entre outras. Tal movimentação, característica do momento presente, reforça o papel da comunicação comunitária pela reconstituição do tecido social pela visibilidade de políticas comprometidas com a sustentabilidade e a revitalização do setor, ainda necessário em diversos contextos sociais, mas, ao mesmo tempo, contextualizada numa dimensão mais ampla de luta pela afirmação de justiças sociais, culturais e ambientais (CAMPOS e MELO, 2017; COUTINHO, 2008; MARTÍNEZ HERMIDA, Marcelo; BRANDARIZ, LAGE e VÁZQUEZ, 2013; PERUZZO, 1998).

  Espaços recentes de formulação de políticas de Comunicação foram implementados ao longo de 2024 no Brasil: a 3ª Plenária do ABRAÇO, de 21 a 23 de maio de 2024 em Brasília, o 8º BLOGPROG 2024, em 5 e 6 de julho, em São Paulo, e a 25ª Plenária Nacional do FNDC, de 28 a 30 de junho, em São Paulo. Envolvendo ativistas militantes, realizadores e pesquisadores no país, tais iniciativas de articulação buscam revigorar o debate pela afirmação de políticas de Comunicação, em torno dos quais a Comunicação Comunitária ocupa espaço significativo na compreensão geral sobre impasses específicos e estruturantes. Diante disso e do quadro político e econômico geral em que se compreendem essas definições, cabe compreender o seguinte problema que orienta a presente investigação: que desejam da Comunicação Comunitária as organizações sociais do setor, que se mobilizam pela formulação de Políticas de Comunicação?

  Esta pesquisa busca trabalhar fundamentalmente com o material de divulgação e estruturação desses eventos, buscando evidenciar onde e como explicitam políticas que revitalizem o setor de Comunicação Comunitária diante dos presentes desafios das comunicações e das políticas de um modo geral, apoiado pela pesquisa bibliográfica e documental em torno dos principais conceitos e regulamentações.

  Compreende-se aqui a Comunicação Comunitária na centralidade dos temas relacionados às novas (mídias sociais e streaming) e “novíssimas” tecnologias (Inteligência Artificial, aprendizado de máquina baseada em grande quantidade de dados, etc), a despeito de sua recorrente compreensão periférica, como Terceiro Setor numa composição com setores outros como o estatal e o privado, na qual se faz necessário contextualizar dimensões epistemológicas, geopolíticas e sócio culturais dessa limitação, bem como a potencialidade da Comunicação Comunitária no enfrentamento das questões globais nos territórios locais.

• Palavras-chave
• Comunicação Comunitária; Políticas de Comunicação; Democratização da Comunicação; plataformização.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• GT2 - Comunicação popular, alternativa e comunitária

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