É notório como o apagamento de pessoas do gênero feminino nas mais diversas áreas acadêmicas contribui para a permanência de marcadores patriarcais no desenvolvimento científico. No que se refere ao campo da Economia Política da Comunicação, inúmeras autoras brasileiras se esforçam para estabelecer pesquisas em múltiplas linhas como no caso de Anita Simis (2017), com estudos sobre cinema, de Verlane Aragão dos Santos, com a vasta pesquisa do trabalho nas telecomunicações (2007) e com o foco no trabalho cultural (2019), com Suzy dos Santos e seus estudos sobre televisão e audiovisual (2012) e seu conceito de “coronelismo eletrônico” (2009) e com Veloso (2013) e seus estudos sobre a presença feminina nas indústrias culturais, entre muitas outras.
O presente trabalho tem por objetivo apresentar as autoras brasileiras que se dedicam aos estudos da Economia Política da Comunicação. Para cumprirmos nossos objetivos, faremos um levantamento de atividades relacionadas à EPC executadas por essas autoras. Para o recorte de nosso corpus estabelecemos quatro critérios de levantamentos: a) recolha de produções acadêmicas a partir do buscador Google Acadêmico; b) recolha de produções acadêmicas a partir dos anais dos Congressos da Intercom nacional e da Ulepicc-br; c) produções acadêmicas e participações em cargos editoriais da Revista Eptic e d) participações em cargos de coordenação e direção da Ulepicc-Br.
No primeiro caso, elencamos as autoras que assinam livros, capítulos, artigos, ensaios, entrevistas ou qualquer outro tipo de produção acadêmica cujos títulos, subtítulos e/ou palavras-chave contenham os termos Economia Política da Comunicação ou EPC. As cinco primeiras páginas do buscador serão examinadas. No segundo caso, consideramos a assinatura de autoras que participaram dos anais do Intercom Nacional nas últimas cinco edições dentro do GT de Economia Política da Comunicação. No caso do evento da Ulepicc-br serão considerados todos os GTs com o corte temporal de dez anos, que compreende cinco edições do evento. Os critérios adotados para a busca da assinatura de mulheres na Revista Eptic, será também, as suas últimas cinco edições. Por fim, no caso da participação feminina na Ulepicc-Br, serão levantados todos os anos de existência da instituição.
Em seguida a esse levantamento quantitativo, partiremos para uma análise qualitativa que seja capaz de traçar as linhas de estudos seguidas por essas mulheres, as subáreas de trabalho em que atuam dentro da EPC e suas contribuições para o campo. Nossa hipótese é que existem, pelo menos, três grupos geográficos com destaque em atuação no Brasil: o grupo de Sergipe (e por extensão o Nordeste), o grupo do Rio de Janeiro (e por extensão o Sudeste) e o novo grupo de Londrina. Esses grupos apresentam algumas características em comum, mas também muitas particularidades. Esperamos que com esse trabalho de mapeamento e reconhecimento dos estudos feitos, sejamos capazes de contribuir para a construção de uma EPC feita por mulheres que se reconheçam, se valorizem e sejam capazes de expandir a área de estudos em colaboração.
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)