PESQUISAS NA INTERFACE ENTRE COMUNICAÇÃO E FEMINISMOS: CONTRIBUIÇÕES DESDE O SUL

  • Autor
  • Katarini Miguel
  • Resumo
  •  

    Esta escrita traz um recorte da pesquisa de pós-doutoramento “Mulheres que pesquisam mulheres: cartografias por uma epistemologia feminista na pós-graduação em Comunicação nos Brasis preteridos,” que investiga teses e dissertações na interface entre comunicação e estudos feministas, sob a hipótese de que as pesquisadoras produzem um tipo de ciência corporificada que tensiona a produção científica hegemônica e mobiliza alternativas científicas e práticas de resistência. Nesta esteira, o desvelamento dessas epistemologias tem como base quatro Programas de Pós-Graduação em Comunicação das Universidades Federais de Sergipe, Pará, Roraima e Mato Grosso do Sul. A partir do mapeamento dos repositórios institucionais, buscamos responder: o que essas pesquisadoras pesquisaram? quais seus principais aportes teóricos?  como construíram seus caminhos metodológicos? quais suas preocupações científicas?

    O foco em tela é o PPGCom da UFMS, criado em 2011, com 107 dissertações defendidas até o final de 2023. Destas dissertações, apenas 12 foram feitas por mulheres mobilizando estudos feministas. A maior parte (5) com foco em estudos de mídias convencionais, aspectos discursivos e ou  de conteúdo para representação da mulher na imprensa, sendo: “A violência contra a mulher em Mato Grosso do Sul: ana?lise de enquadramento multimodal do jornal Correio do Estado”; “Feminicídio na fronteira sul-mato-grossense: estudo de caso no jornal online Ponta Porã Informa”; “A construção performativa da felicidade feminina em tempos de pandemia: uma análise crítica dos discursos da Vogue Brasil”; “Enquadramento jornalístico do impeachment de Dilma Rousseff em revistas semanais brasileiras: gênero como quadro de referência primário”, “Direitos Humanos no Ciberjornal Campo Grande News: a construção de sentido na abordagem sobre mulheres, povos indígenas, crianças e adolescentes”, esta última com enfoque mais interseccional ao problematizar múltiplos marcadores sociais. Uma delas pautada em veículos alternativos, ainda que no campo da institucionalização jornalística, e outra que analisa a influência das redes sociotécnicas em uma cobertura informativa, respectivamente: “Midialivrismos e feminismos: análise sobre a cobertura jornalística com perspectiva de gênero da Revista AzMina” e “#NenhumaAMenos: redes sociais e feminismo(s) nos fluxos informativos do caso de feminicídio de Mayara Amaral”. Também verificamos uma no escopo da comunicação organizacional “Quando as Marias falam: influência das assessorias de imprensa na temática da violência contra mulheres”; e duas focadas em ativismos em rede, afastando-se do jornalismo: “O pessoal é político: as estratégias político-comunicativas da mobilização #ExposedCG”, “Meu corpo, meu post, minha luta: ciberativismo gordo e as possibilidades da comunicação contraperformativa feminista no Instagram Brasil”. Apenas uma na área da publicidade: “A mídia e as mensagens de gênero: uma abordagem da feminilidade na sociedade de consumo”.

     Preliminarmente, percebemos um certo conservadorismo de métodos e objetos, com centralidade na estrutura jornalística, o que tensiona nossa hipótese inicial, ainda que se destaque o aspecto da violência, da regionalidade e a inclinação para o entendimento dos feminismos contemporâneos, especialmente no que concerne à interseccionalidade (Collins&Bilge, 2021). Os resultados estão sendo maturados para composição de uma cartografia que compreenda sujeitos, os saberes, os processos de investigação, as totalidades, as relações constitutivas de territórios (como as práticas de saber-poder), as formas instituídas” (Rosário &Coca, 2018, p. 42)

     

  • Palavras-chave
  • pesquisas em comunicação; estudos feministas; UFMS; interseccionalidade
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT8 - Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
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