TRANSMIDIAÇÃO E PLATAFORMIZAÇÃO: APROXIMAÇÕES CONCEITUAIS NA PESQUISA BRASILEIRA SOBRE TELEVISÃO

  • Autor
  • Rodrigo Martins Aragão
  • Resumo
  • O trabalho busca cotejar e estabelecer diálogo entre dois conceitos de bastante destaque no campo da comunicação, e mais especificamente dos estudos de televisão: a transmidiação e a plataformização. Parte-se da hipótese de que, mesmo amplamente discutidos, os temas foram e têm sido pouco articulados nas pesquisas, de modo que se justifica a investigação dedicada que busque destacar possíveis tangenciamentos. Toma-se como proposição metodológica, além da discussão conceitual que busca apontar proximidades, a revisão bibliográfica que observa se e como as pesquisas sobre processos de transmidiação na televisão, defendidas no Brasil nos últimos quinze anos, abordam a questão das plataformas.

    A compreensão que baseia a pesquisa se fundamenta no fato de que, em suas diversas abordagens, os estudos sobre o fenômeno da transmidiação reconhecem um cenário de circulação midiático multiplataformas como condição para a transmidiação. Seja na perspectiva que observa as narrativas transmídias e se concentra nas questões de construção de universos e experiências apresentadas aos usuários (Jenkins, 2008; 2009; 2009a); seja em perspectivas que compreendem o fenômeno como ação estratégica que busca ampliar o alcance e o engajamento de audiências (Fechine, 2013; 2018), entre outras, a articulação entre plataformas distintas é ponto central e inevitável da discussão.

    A preocupação com a plataformização, no entanto, se impõe a partir do momento em que, se percebe o papel cada vez mais central das plataformas digitais na mediação das interações e práticas sociais cotidianas (Van Djick, Poell, de Wall, 2018), e, em especial, nos campos de comunicação e da cultura (Poell, Nieborg, Duffy, 2022). A atuação, infraestrutural, na oferta de serviços de conexão, armazenamento e distribuição de dados e mídia, assim como de outros serviços de conexão entre diversos agentes do ecossistema midiático em que se inserem os indivíduos e os agentes de empresas de comunicação, como são as plataformas de vídeo e de redes sociais digitais, cada vez mais, reforçam a necessidade de se compreender seu impacto e papel nas práticas e processos cotidianos, como é o caso, dos processos de transmidiação da televisão.

    A pesquisa toma como ponto de partida para compreender como essas pesquisas abordam a questão das plataformas, o levantamento realizado pelo trabalho de Moreira (2023), que reune e destaca um conjunto de 59 teses defendidas no Brasil entre 2008 e 2021 sobre os fenômenos transmídia, disponíveis no Catálogo de Teses e Dissertações Capes. Busca-se, ao abordar esses trabalhos, identificar a presença de discussões teóricas sobre plataformas digitais e o processo de plataformização, os principais conceitos e autores utilizados nas pesquisas. A hipótese de trabalho, no entanto, é de que as pesquisas pouco consideram o fenômeno ou problematizam o conceito, naturalizando a atuação das plataformas – elemento que, em alguma medida, contribui para sua consolidação enquanto mediadora social.

     

  • Palavras-chave
  • Televisão, Transmidiação, Plataformização
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT3 - Indústrias midiáticas
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