A subsunção do trabalho intelectual e os limites para a automação do trabalho de docentes da UEL

  • Autor
  • Guilherme Bernardi
  • Resumo
  • O objetivo deste trabalho é apresentar algumas questões relativas à pesquisa de doutorado iniciada neste segundo semestre de 2024 no programa de pós-graduação em Serviço Social e Política Social (PPGSER-UEL), cujo objeto é o trabalho de docentes na Universidade Estadual de Londrina (UEL), particularmente o uso e os impactos das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e a potencial automação de algumas das atividades desempenhadas por eles. Ela é, portanto, uma sequência de elaborações desenvolvidas no Laboratório Cubo-UEL, particularmente durante o mestrado em Comunicação (PPGCOM-UEL), cujo trabalho final pode ser visto em Bernardi (2023).

    A fundamentação teórica tem como base o entendimento de que a produção está fortemente automatizada (Pollock, 1957; Braverman, 1977; Tauile, 1984) e, portanto, empregando um contingente decrescente de trabalhadoras e trabalhadores cada vez mais precarizados (Benanav, 2020). Nesse contexto, o trabalho intelectual é central tanto para, subsumido no capital (Bolaño, 2002), o desenvolvimento de novas tecnologias e processos de acumulação ou para a construção de consensos ou eventuais alternativas para a ordem vigente, já que ele tem papel decisivo na mediação social de uma sociedade baseada na divisão e na exploração do trabalho (Bolaño, 2018).

    Além disso, entende-se que o cenário atual é permeado pela crise (econômica, social, democrática, política, ecológica/climática, psíquica, epistemológica etc.), cujo lastro pode ser atrelado à superprodução e supercapacidade industrial (Brenner, 2003; 2006), ao esgotamento do combo ciclo sistêmico de acumulação e hegemonia dos EUA/ocidental (Arrighi, 1994; 2008; e Arrighi; Silver, 2008) ou “apenas” ao esgarçamento das contradições de um modo de produção que tem a crise como aspecto fundamental, constitutivo e imanente (Grespan, 2012).

    Assim, entendendo a centralidade do trabalho intelectual e a existência de limites além dos técnicos para a automação de tarefas no modo de produção capitalista (Sohn-Rethel, 2020), o objetivo dessa pesquisa é, de maneira algo similar a Bolaño e Castro Filho (2014), avaliar o uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs) e a potencial automação de tarefas no contexto do trabalho de docentes na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

    Para isso, é preciso levar em consideração a existência de limites técnicos, mas também outros de ordem ética, moral ou política, o que implica reconhecer a diferença e as particularidades da função de docente, o tipo de subsunção do trabalho intelectual e automação que afeta ou pode afetar a categoria, assim como a potencial capacidade de resistência ao processo, sendo ela encampada pelo conjunto da sociedade ou pela organização sindical/categorial. Pode ainda ser acrescentado o fato de que o trabalho no ensino superior público não é produtivo para o capital, ou seja, não produz valor e mais-valor, o que pode representar dificuldades para a análise, mas também, por outro lado, introduzir novas questões: quais os possíveis interesses, sejam eles econômicos ou político-ideológicos, no desenvolvimento de tecnologias que possam substituir, controlar ou parametrizar esse tipo de trabalho?

    Questões que serão enfrentadas durante a pesquisa de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social da UEL (PPGSER-UEL).

  • Palavras-chave
  • Subsunção do trabalho intelectual; automação; trabalho de docentes; limites.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
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