O INSTAGRAM NO CENÁRIO JORNALÍSTICO CONVERGENTE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DOS PERFIS DAS TVS CLUBE E MEIO NORTE COMO NOVOS MERCADOS

  • Autor
  • Francisca Stefanne Orana Alves Sobrinho
  • Co-autores
  • Jacqueline Lima Dourado
  • Resumo
  •  

    As últimas décadas testemunharam o aumento do interesse dos pesquisadores do campo da comunicação pelo estudo das transformações do jornalismo frente ao contexto onipresente das mídias sociais digitais. Hoje, os jornais impressos, emissoras de rádio e TV, além de contarem com sites e portais, agora passam a contar também com perfis em redes sociais digitais, o que evidencia a essencialidade da busca pelo estreitamento dos laços com o público por parte das mídias tradicionais nessa “nova” realidade. É consenso entre os pesquisadores que poucas áreas tiveram seus modelos de negócio tão afetados pela inserção das tecnologias digitais como o jornalismo, principalmente porque um dos maiores desafios vem sendo manter os índices de audiência. Nessa perspectiva, como bem assinala Nielsen (2017), há três justificativas para a realização de uma produção jornalística: 1) poder (ou seja, utilizar os meios de comunicação para criar uma influência; 2) serviço público e 3) Lucro (o objetivo dos órgãos de notícia é ter retorno financeiro). O autor assevera que, apesar do surgimento da mídia ter como base o primeiro motivo, a chegada do século XX e suas transformações tecnológicas fez com que houvesse um deslocamento dessa prioridade rumo à terceira justificativa. Dentro desse cenário, o fenômeno da “plataformização da internet” é crucial para se entender a reestruturação dos modelos de negócios do jornalismo. Dessa forma, o objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar comparativamente como as TVs Clube e Meio Norte estão utilizando a rede social Instagram para se adaptarem ao contexto jornalístico de convergência de conteúdos e formatação de novas oportunidades de mercado. Para tanto, utilizou-se os estudos de Jenkins (2022), Silva (2019), Silva; Alves (2016), Recuero (2009) e outros para abordar os aspectos da convergência midiática, redes sociais digitais e telejornalismo expandido. Os aportes da Economia Política da Comunicação (EPC) chegam para embasar as percepções acerca da reestruturação dos modelos de negócios do jornalismo frente à essas plataformas - Brittos (1999); Bolaño e Santos (2020); Mosco (1998); Silva (2020) e outros. A presente pesquisa utiliza a técnica de Análise Descritiva Crítica Analítica, finalizando com um estudo comparativo dos dois observáveis (@redeclube e @redemeionorte no Instagram). Os dados foram coletados a partir de prints e gravações de tela das postagens realizadas pelos perfis no recorte temporal de sete dias, elencados com base no modelo de “Semana Construída”. Com isso, percebeu-se que ambos os perfis não praticam convergência de conteúdo nesses espaços e que ainda estão em busca de um modelo de negócio que permita a sustentabilidade das empresas jornalísticas no Instagram. Assim, a presente pesquisa contribui para a ampliação da ótica dos pesquisadores no que tange aos possíveis caminhos a serem vislumbrados pelas empresas jornalísticas nesse ambiente de disrupção e, também, na identificação dos movimentos que elas vêm fazendo dentro desses ambientes, o que favorece a percepção de que cada empresa, individualmente, vem trilhando a sua própria busca pelo modelo de negócio que mais se adequa às suas características específicas, como posicionamento de marca, valores, disponibilidade de recursos e tecnologias, público-alvo e outros.

     

  • Palavras-chave
  • Convergência, Redes Sociais Digitais, Instagram, Economia Política da Comunicação, Modelo de negócio
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT5 - Economia Política do Jornalismo
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