Este resumo tem como objetivo apresentar os dados parciais da pesquisa de identificação dos jornalistas e comunicadores que já passaram por agressão, hostilidade ou autocensura durante o exercício da profissão na região Sul e Sudeste do Pará. A iniciativa da pesquisa parte da necessidade de um estudo sobre os casos de jornalismo de risco no interior do estado do Pará, que concentra muitas localidades consideradas desertos e quase desertos de notícias (ABERNATHY,2016), locais com baixa concentração de veículos de comunicação.
Para compreender esse cenário, foi realizada a aplicação de questionário com 22 perguntas. A pesquisa quantitativa, segundo Martino (2018), tem como objetivo medir ou calcular, quantificar os dados diante de determinados aspectos humanos, além de abordar os dados precisos de respostas que são almejadas durante o desenvolvimento da pesquisa. A busca pelos veículos existentes na região utilizou o levantamento realizado por Souza (2023) sobre os veículos de comunicação presentes nos 32 municípios que compõem a região (IBGE 2022). Diante do questionário é possível formular os dados sobre os profissionais alvos de agressões ou hostilidade, as áreas que mais apresentam riscos e os meios pelos quais já sofreram algum tipo de violência. No percurso teórico abordamos a importância do jornalismo local e o desenvolvimento na sociedade de acordo com os estudos Aguiar (2016), Bona (2017) e Castilho (2022) e os estudos sobre liberdade de imprensa, Marx (2020) e Konzen (2013).
Dados apresentados pela Federação Nacional do Jornalismo (Fenaj) mostram que a região Norte, no ano de 2022, ocupou o terceiro lugar no ranking brasileiro com mais registros de ataques contra jornalistas e comunicadores, já o estado do Pará ficou em primeiro lugar em 2022 e 2023 como o mais violento da região.
Os dados parciais obtidos até o momento com 48 profissionais mostram que 70% dos profissionais já passaram por alguma situação de agressão durante o exercício da profissão. A, especialmente os que atuam nas editorias política (50%) e polícia (39%). Em relação às agressões e hostilidades já sofridas 55% dizem já ter passado por alguma situação pessoalmente e 24% por meio das redes sociais.
Assim, os dados já obtidos apresentam um resultado significativo sobre o jornalismo de risco na região Sul e Sudeste do Pará, e a violência enfrentada pelos jornalistas e comunicadores no exercício da profissão. A pesquisa mostra a importância do tema para o desenvolvimento de políticas públicas para assegurar e proteger os jornalistas e comunicadores no exercício da profissão, além de constituir um banco de dados sobre a temática, entre os jornalistas e comunicadores atuantes na região Sul e Sudeste do Pará.
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)