O presente resumo procura responder como a indústria cinematográfica do horror norte-americano conseguiu servir como perpetuação nas telas do que estava sendo percebido no cotidiano dos indivíduos durante o século XX. Tendo como objetivo principal o estabelecimento da relação entre o contexto sociopolítico estadunidense e seu paralelo no cinema.
A metodologia adotada no presente estudo foi a qualitativa, buscando construir uma teoria coesa e confiável para detalhar o significado dos conceitos utilizados na literatura escolhida. Os materiais que integram o presente projeto de pesquisa foram favorecidos conforme os critérios de: relevância na plataforma do Google Acadêmico; sua capacidade de apresentar uma visão ampla da correlação entre cinema de horror e sociedade estadunidense; e validação da teoria em conceitos respaldados na literatura que não deixavam a obra cair no senso comum.
Adorno e Horkheimer (2002) expõem em sua obra “Indústria Cultural e Sociedade” a tendência hollywoodiana em servir como extensão do que o telespectador assiste cotidianamente nas ruas. No livro “Projected fears: horror films and American culture” de Phillips (2005) é explicado exatamente essa ligação entre a história da sociedade americana e o cinema de horror.
Mas primeiro, o que é o horror? Nickel (2010, p.15) em seu artigo “Horror and the Idea of Everyday Life” explica que esse termo se trata de uma sensação que não compreende uma definição precisa. Mas podem ser estabelecidos dois parâmetros principais: a aparição de um monstro, do mal sobrenatural; e a referência à morte, ao nojento. Pesquisadores da área atribuem o nome horror a uma forma muito íntima e emocional que causa ansiedade e repulsa, a sensação de ver nas telas o medo sendo concretizado.
Pode ser dito que o cinema de horror como um gênero específico começou na década de 30 nos cinemas norte-americanos. Entretanto, este tem forte base nas novelas góticas da Inglaterra no final do século XIII e início do século XIX. Um dos marcos iniciais é a novela O Castelo de Otranto de Horace Walpole (1764), que é seguido de obras destaques, como os contos de Allan Poe, Frankenstein de Mary Shelley (1818), O médico e o monstro (1886) e Drácula (1897) (Phillips (2005 p.25)).
Durante o livro de autoria de Phillips (2005), é possível observar algumas correlações entre um grande filme de impacto e o contexto geral da época em uma ordem cronológica. Começando por “Drácula (1931)” que se tornou um sucesso em um momento em que os efeitos da Grande Depressão eram muito fortes. Seguido por O monstro do Ártico (1951) no pós-Segunda Guerra Mundial. Psicose (1960) representando o sentimento do progressismo econômico. A noite dos mortos-vivos (1968) que se tornou popular por refletir as angústias da geração “Flower Child”. O Massacre da Serra Elétrica (1974) e a paranoia geral da sociedade com as mortes de Martin Luther King Jr. e John Kennedy. Halloween (1978), marcado como uma volta dos costumes normativos para o imaginário da sociedade. E por fim, Pânico (1996) que é atravessado pelas discussões pós-modernas sobre tecnologia e mídia.
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)