A concentração da mídia é uma realidade no Brasil. Poucos conglomerados controlam os grupos locais e regionais em todo país, resultado de contratos de afiliação. Cinco conglomerados dominam a área de radiodifusão (Rede Globo, Rede TV!, Bandeirantes, SBT e Record) e cinco, de telecomunicações (Vivo, Claro, Oi, Tim e Sky), sem falar nos que têm o controle dos conteúdos digitais. Apesar de um cenário conturbado na mídia brasileira, é preciso buscar alternativas em prol da democratização da mídia no país, uma vez os brasileiros são consumidores midiáticos. Mas, como democratizar a mídia no Brasil, levando em consideração as políticas de comunicação??O conceito de democratização utilizado parte das pesquisas realizadas por Adilson e Eula Cabral desde os anos 2000. De acordo com os autores, a democratização da comunicação “leva em conta as necessidades de uma reformulação de políticas públicas para o setor, considerando a diversidade de produtores capacitados e qualificados para acessar e exercer o controle sobre os meios de grande circulação, além de implementar meios de alcance local e comunitário” (CABRAL FILHO, CABRAL, 2007, p.134).
Em 2024 o conceito foi reformulado pelos autores, levando-se em consideração as áreas de comunicação, cultura e informação, uma vez que estão inter-relacionadas. “A democratização da comunicação, da cultura e da informação leva em consideração a reformulação das políticas públicas, a apropriação das novas tecnologias pela sociedade, a diversidade de produtores capacitados e qualificados para acessar e exercer o controle sobre os meios de grande circulação, a implementação de meios locais e comunitários e a defesa da comunicação, da cultura e da informação como direitos de todos” (CABRAL, CABRAL FILHO, 2024). ?Assim, para entender o tema proposto, trabalha-se com as pesquisas bibliográfica e documental, levando em consideração autores que analisam as políticas de comunicação, como Lima (2012), Moraes (2016), Ramos (2000), Cabral (2023), Cabral Filho (2019) e Maurício e Saback (2024).
Como colocado no conceito de democratização da mídia faz-se de vital importância reformular as políticas públicas. É preciso rever o que o governo vem trabalhando com a sociedade brasileira e se busca cumprir os artigos constitucionais que regem a mídia no país, principalmente os artigos 220 a 224, uma vez que abrange a TV aberta, que é consumida por mais de 90% da população. A legislação da rádio comunitária, regida pela Lei n. 9.612, de 19/2/1998, e o Decreto 2.615, de 3/6/1998, que aprova o regulamento do serviço de radiodifusão comunitária, vai ser modificada em prol dos brasileiros? Streaming, dados pessoais e IA serão regulamentados, visando o melhor para cada cidadão??As políticas de comunicação precisam ser revistas, pois o que se tem hoje não está de acordo com a Constituição federal e não beneficia os brasileiros. É preciso analisar o cenário, resgatar a legislação e lutar junto com o governo atual em prol de políticas de comunicação que democratizem a mídia brasileira.?
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)