O metaverso tem ganhado destaque como uma potencial nova fronteira digital, onde as interações sociais, econômicas e culturais se desenvolvem em um ambiente virtual imersivo. Contudo, a estruturação desse espaço digital não ocorre de forma isolada; ela está profundamente influenciada pela lógica da plataformização, caracterizada pela concentração de poder em grandes corporações tecnológicas que controlam as plataformas que sustentam o metaverso. Essa dinâmica levanta importantes questões sobre a governança, a privacidade e a participação dos usuários nesse novo ecossistema digital.
A plataformização, conceito desenvolvido por autores como Van Dijck, Poell e De Waal (2018), refere-se à organização de diversas esferas da vida em torno de plataformas digitais, onde poucas corporações detêm controle sobre os dados, as infraestruturas e os fluxos de interação. Esse fenômeno, quando aplicado ao metaverso, sugere uma centralização de poder que pode limitar a diversidade e a autonomia dos usuários, além de potencializar a coleta massiva de dados e a vigilância digital (Nieborg & Poell, 2018).
O problema de pesquisa que guia este estudo é: "Como a lógica da plataformização, promovida por grandes corporações tecnológicas, está moldando o desenvolvimento e a governança do metaverso, e quais são as implicações dessa estruturação para as dinâmicas sociais, culturais e econômicas dos usuários?" Para responder a essa questão, o estudo adota uma abordagem crítica e exploratória, examinando algumas das plataformas digitais que dão suporte ao surgimento do metaverso. Metodologicamente, este estudo se baseia em uma revisão bibliográfica, focando em textos fundamentais sobre plataformização e metaverso. A pesquisa também inclui observações sobre práticas e discursos em plataformas emergentes, complementando o estudo com uma análise qualitativa que busca identificar os desafios e as oportunidades apresentados pela interação entre esses dois fenômenos.
A justificativa para esta pesquisa reside na urgência de compreender os impactos da plataformização no metaverso, especialmente à medida que essas plataformas digitais se tornam centrais na vida cotidiana. Entender essa dinâmica é essencial para antecipar e mitigar os efeitos negativos da concentração de poder nas mãos de poucas corporações, bem como para fomentar um debate crítico sobre as direções que o metaverso pode tomar. Além disso, o estudo busca contribuir para a formulação de políticas públicas que possam garantir uma governança mais justa e inclusiva nesse novo espaço digital.
Comissão Organizadora
Ulepicc-Brasil
Comitê Científico
Anderson David Gomes dos Santos (UFAL)
Aianne Amado Nunes da Costa (USP/UFS)
Ana Beatriz Lemos da Costa (UnB)
Arthur Coelho Bezerra (IBICT/UFRJ)
Carlos Eduardo Franciscato (UFS)
Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho (UFS)
César Ricardo Siqueira Bolaño (UFS)
Chalini Torquato Gonçalves de Barros (UFRJ)
Eloy Santos Vieira (UFS)
Fernando José Reis de Oliveira (UESC)
Florisvaldo Silva Rocha (UFS)
Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC/UFS)
Janaine Sibelle Freires Aires (UFRN)
Manoel Dourado Bastos (UEL)
Marcelo Rangel Lima (UFS)
Rafaela Martins de Souza (Universidade de Coimbra)
Renata Barreto Malta (UFS)
Rodrigo Moreno Marques (UFMG)
Rozinaldo Antonio Miani (UEL)
Verlane Aragão Santos (UFS)