A PROGRAMAÇÃO COMO BARREIRA DE ENTRADA: UM ESTUDO DAS EMISSORAS DE LONDRINA

  • Autor
  • Fernanda Kawane da SILVA
  • Co-autores
  • Manoel Dourado BASTOS
  • Resumo
  • RESUMO César Bolaño consolidou a Economia Política da Comunicação (EPC) no Brasil com Mercado Brasileiro de Televisão (2004), baseado em sua dissertação de mestrado na Unicamp. Nele, Bolaño propõe uma análise econômica da televisão brasileira, considerando-a como central na Indústria Cultural, especialmente no contexto de capitalismo tardio do Brasil. Ele utiliza conceitos da microeconomia, como as barreiras à entrada, para explicar como a emissora líder (Rede Globo) mantém sua posição dominante no mercado. Uma das barreiras analisadas é a programação, que desempenha um papel fundamental na diferenciação das emissoras e na competição por audiência. Neste trabalho, faremos uma avaliação inicial da grade de programação de quatro emissoras de Londrina. 

    Processualidade metodológica 

    A pesquisa consistiu em duas etapas: revisão bibliográfica (leitura e fichamento da obra de Bolaño, 2004) e pesquisa exploratória (acompanhamento da programação das emissoras de televisão de Londrina, com anotação e avaliação da especificidade de cada uma). 

    Discussão do tema 

    César Bolaño (2004) utiliza conceitos da microeconomia para analisar a história econômica da TV no Brasil, com foco nas barreiras de entrada utilizadas pela Rede Globo para manter sua liderança de audiência. Dentre essas barreiras, destacam-se o padrão de qualidade, os parâmetros legais e a grade de programação. Valério Brittos (2022) ampliou o estudo de Bolaño, classificando as barreiras em dois tipos: político-institucionais (legais e regulatórias) e estético-produtivas (ligadas à forma e técnica de produção). A organização da grade de programação pela Globo é considerada uma barreira estético-produtiva, já que define padrões que as concorrentes precisam enfrentar ou superar para atrair público. A Globo, ao longo do tempo, conseguiu frustrar as tentativas de outras emissoras de ameaçar sua audiência, seja pela força de suas barreiras ou pela capacidade de contratar talentos das concorrentes. Essa análise serve como base para estudar a competição entre as emissoras de Londrina (RPC TV, Rede Massa, RIC TV e TV Tarobá), destacando a programação como principal barreira à entrada. 2 Conclusões Concluímos que as emissoras de TV de Londrina apresentam programações bastante diversas entre si. Essa diversidade de programação se dá principalmente na preponderância ou de conteúdos locais ou de produção nacional. Entendemos que essas diferenças indicam estratégias específicas das emissoras, visando constituir mecanismos de concorrência. A emissora nacionalmente líder de audiência, por se constituir principalmente no pilar da rede nacional, mantém o foco na produção nacional e na adoção linear do padrão de qualidade instituído pela matriz para a produção local. Proximamente, é possível averiguar como a programação se configura como barreira a entrada em Londrina, num esforço de comparação entre as emissoras. Agradecimentos Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelo suporte e oportunidade na disponibilidade de conhecimento. 

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

    BOLAÑO, C. Mercado Brasileiro de Televisão. 2ª. ed. São Paulo: Educ, 2004. 

    BRITTOS, V. Estudos culturais, economia política da comunicação e o mercado brasileiro de televisão. 1a ed. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO, 2022.

  • Palavras-chave
  • Economia Política da Comunicação, EPC, emissoras de televisão em Londrina
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT6 - Teoria e Epistemologia da Economia Política da Comunicação
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