INTRODUÇÃO
A adolescência define-se pelo período entre 10 e 19 anos de idade e é marcada por profundas mudanças do indivíduo. Entre elas, destaca-se o início da vida sexual, muitas vezes associada à vulnerabilidade inerente à faixa etária, o que pode significar um maior risco de contaminação por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Nesse sentido, é fundamental avaliar os conhecimentos dessa população a respeito do tema.
OBJETIVO
Avaliar o que há de informações na literatura sobre conhecimento da população adolescente acerca de infecções sexualmente transmissíveis, englobando aspectos como formas de transmissão, prevenção e epidemiologia.
MÉTODO
Trata-se de revisão integrativa de artigos que foram selecionados na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde pelos critérios: estudos de prevalência, em português, pesquisando-se pelas palavras-chave “IST”, “adolescentes” e “conhecimento”. Foram encontrados 35 artigos, excluíram-se os duplicados, aqueles não disponíveis em livre acesso e aqueles que não se relacionavam com o tema pela leitura do título, restando, então, 11 publicações.
RESULTADOS
Dos estudos avaliados, 5 deles investigaram o método contraceptivo mais conhecido pelos adolescentes e, desses, 100% indicaram o preservativo masculino. Porém, em pesquisa realizada na região semiárida do nordeste brasileiro, 18% dos entrevistados afirmaram nunca ter visto ou ouvido falar deste método. Dos que avaliaram a influência de gênero nos resultados, 71,43% demonstrou maior conhecimento por parte do sexo feminino, 14,29% do sexo masculino e 14,29% não encontraram diferenças.
Entre as ISTs mais conhecidas por essa população, 100% dos estudos que avaliaram essa questão apontaram a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) como a mais mencionada. Entretanto, estudo realizado no Rio Grande do Norte evidenciou a prevalência de crenças equivocadas sobre os modos de transmissão da doença.
CONCLUSÃO
Os resultados indicam boa aceitação dos adolescentes quanto ao uso do preservativo masculino como método de prevenção, o que pode indicar a eficácia de campanhas de distribuição. Porém, o índice de desconhecimento do método não deve ser ignorado, uma vez que indica parcela da população vulnerável à infecção por ISTs.
O maior conhecimento por parte do sexo feminino pode resultar de maior pressão social sobre as meninas para evitarem esse tipo de infecções. Porém, a existência de estudos contrariando esse fato pode indicar uma tendência à equiparação desse conhecimento entre os gêneros.
Por fim, o maior conhecimento da AIDS por adolescentes não pode fazer crer que os modos de transmissão estão necessariamente difundidos, uma vez que os resultados mostram permanência de percepções equivocadas a respeito deles.