Introdução: A infecção pelo HIV ocorre pelo contato de fluidos e secreções contaminadas pelo vírus, que
se liga principalmente aos linfócitos T, promovendo deficiência imunológica. Isso favorece complicações
por infecções oportunistas, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares, renais, hepáticas e
neurológicas, o que culmina com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). No mundo, mais de
75 milhões de indivíduos já foram infectados pelo HIV e, atualmente, cerca de 37 milhões vivem com a
infecção. Apesar da eficácia dos medicamentos antiretrovirais, permanecem necessárias ações de
prevenção e atenção multiprofissional às populações mais expostas como usuários de drogas injetáveis,
homens que fazem sexo com outros homens e profissionais do sexo. Objetivo: Analisar os dados
epidemiológicos de casos de AIDS, em Minas Gerais (MG), no período de 2018 a 2022. Metodologia:
Realizou-se um estudo retrospectivo, longitudinal e descritivo utilizando-se dados do Sistema de
Informação de Agravos e Notificação (SINAN), os quais foram armazenados no Google Sheets para
análise. A coleta abarcou casos notificados, faixa etária, sexo, raça e categoria de exposição entre 2018
e 2022. Por se tratar de uma pesquisa em banco de dados secundários e de domínio público, não houve
necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Durante o período estudado,
foram notificados 5412 casos de AIDS, em MG, com uma redução de 25,56% entre os anos extremos. O
maior número de casos registrados ocorreu em 2018 (1381 casos), enquanto o menor, em 2020 (899
casos). A faixa etária mais afetada foi 20-34 anos (38,36%), seguida por 35-49 anos (37,16%). Houve
uma disparidade significativa entre os sexos, com 3,28 vezes mais casos em homens. A raça parda e os
heterossexuais representam 43,58% e 42,18% dos casos, respectivamente. Conclusão: Os resultados
destacam a persistência do HIV como um desafio de saúde pública em MG, com uma incidência
considerável de casos de AIDS ao longo dos anos estudados. A queda em 2020 pode refletir
subnotificação devido à pandemia de COVID-19, ressaltando a importância da vigilância contínua. A
predominância de casos em adultos jovens e a disparidade de gênero sugerem a necessidade de
estratégias de prevenção e tratamento direcionadas, especialmente para homens jovens. É notável que,
embora a AIDS seja estigmatizada como uma doença associada à comunidade LGBTQIA+, boa parte
dos casos ocorreu em heterossexuais, enfatizando a importância da educação e prevenção em toda a
população.