AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO DE MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS: UM ESTUDO QUALI-QUANTI

  • Autor
  • ANDREZZA RESENDE DIAS
  • Co-autores
  • Marcelo Pellizzaro Dias Afonso
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: Apesar da Medicina Baseada em Evidências (MBE) estar presente na educação médica por décadas, médicos e residentes ainda têm lacunas para integrar evidências à prática clínica. Este estudo visa analisar os fatores que influenciam o aprendizado de MBE em residentes do último ano da residencia de Medicina de Família e Comunidade (MFC) em algumas residências de Minas Gerais (MG), identificando áreas de aprimoramento no ensino de MBE. OBJETIVO: Entender sobre o processo de aprendizagem de MBE de residentes de MFC de alguns programas de residência de MG. MÉTODOS: Investigamos a relação entre o domínio da MBE e variáveis que possam influenciar no processo de aprendizagem, como fatores sociodemográficos, histórico de estudo do tema e fatores subjetivos. Utilizamos entrevista semiestruturada por meio de um questionário online para aquisição das respostas. O aprendizado objetivo da MBE foi avaliado com a Ferramenta Assessing Competencies in Evidence-Based Medicine (ACE). Para a avaliação quantitativa, foram realizadas análises uni e multivariadas que exploraram as relações entre os fatores que influenciam o aprendizado e as notas obtidas na ferramenta ACE. A avaliação subjetiva foi analisada qualitativamente por meio de análise de conteúdo. RESULTADOS: A pesquisa abrangeu principalmente mulheres cisgênero, com média de idade de 30 anos e formação exclusiva em medicina. A análise descritiva mostrou que a maioria dos residentes valoriza a MBE na prática clínica, apesar de considerar a carga horária inadequada na graduação e residência. No entanto, eles se sentem em geral apoiados na residência e seguros ao usar a MBE. A análise univariada revelou associações significativas entre a pontuação total da ferramenta ACE e a carga horária de MBE na graduação (p-valor: 0,02), a importância da MBE na prática clínica (p-valor: 0,04) e o aprendizado adequado de MBE na residência (p-valor: 0,04). Variáveis com valores abaixo de 0,25 foram selecionadas para a análise multivariada, que apresentou um modelo final explicando 26% do aprendizado de MBE, com excelente p-valor (p=0,02). Neste modelo, uma carga horária mais extensa de MBE na graduação e um maior apoio na residência para o aprendizado do tema estiveram significativamente associados a melhores notas na ferramenta ACE e foram trazidas como sugestões de melhorias para o aprendizado de MBE na análise qualitativa. CONCLUSÃO: Nossos resultados indicam que a eficácia da MBE pode ser aprimorada através do aumento da carga horária de ensino durante a graduação, aliado a um sólido apoio ao aprendizado durante a residência. 

  • Palavras-chave
  • Medicina Baseada em Evidências, Residência Médica, Medicina de Família e Comunidade, Educação Médica
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Eixo 3 - Ensino-aprendizagem: preceptoria, docência, letramento e educação
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  • Eixo 1 - A resolubilidade na assistência além das 4 paredes do consultório
  • Eixo 2 - Potencialidades nos processos de trabalho: diálogos multiprofissionais para o fortalecimento da APS
  • Eixo 3 - Ensino-aprendizagem: preceptoria, docência, letramento e educação
  • Eixo 4 - Recursos de abordagem: o que significa ser integral?
  • Eixo 5 - Atualizações clínicas e Educação Continuada sensíveis à MFC