Introdução: O trabalho do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) é fundamentado no apoio matricial, uma estratégia de atuação baseada no trabalho compartilhado e na prática colaborativa com foco nas dimensões clínico-assistencial e técnico-pedagógicas. Objetivo: Compreender as potencialidades e fragilidades para a atuação interprofissional das equipes do NASF-AB de um município de Minas Gerais. Metodologia: Estudo observacional descritivo de abordagem qualitativa. Participaram os profissionais do NASF-AB de um município de Minas Gerais. Foram realizados grupos focais, norteados por tópicos-guia, cujas transcrições foram analisadas seguindo a técnica de análise de conteúdo temática. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número CAAE 51560621.10000.5147. Resultados: As potencialidades para a atuação interprofissional foram o reconhecimento da importância de todos os profissionais para o cuidado integral, integração entre profissionais e entre eles e os usuários, e integração ensino-serviço-comunidade. Dentre as fragilidades estão a existência de lacunas na formação em saúde, ausência de engajamento, fragilidade na integralidade do cuidado, e falta de infraestrutura e de integração entre os níveis de atenção. A integração entre os profissionais se destaca, uma vez que pode propiciar a comunicação entre os profissionais, a satisfação no trabalho com a equipe, e mudanças na práxis do cuidado em saúde. Tal contexto é evidenciado pelo relato: “Nós estamos vivenciando uma experiência muito positiva e exitosa, porque os pacientes de um grupo operativo voltado para pacientes com doenças crônicas e pacientes com dores há muitos anos, estão relatando melhora no quadro de saúde. Só com a fisioterapia eu não conseguiria isso, só consigo porque têm outros profissionais ali comigo me auxiliando”. Dentre as fragilidades foi apontada a falta de integração entre os níveis de atenção à saúde e serviços da rede, fato que pode causar falhas no processo de referência e contrarreferência, conforme relatado: “No matriciamento a gente discute os casos, mas nem sempre conseguimos evoluir e ser resolutivos, muitas das vezes esbarramos na atenção secundária ou terciária (...) não temos devolutiva e temos que ficar correndo atrás para saber se aquele paciente foi realmente atendido ou não.” Conclusões: O apoio matricial é uma importante estratégia para integração entre os profissionais, promovendo a prática interprofissional colaborativa e cuidado integral ao paciente. Porém, apresenta barreiras para seu funcionamento que precisam ser superadas.