INTRODUÇÃO
A Diabetes Mellitus atinge uma população de 537 milhões de adultos em todo o mundo e seu tratamento inclui mudanças nos hábitos de vida, antidiabéticos orais e insulinoterapia. Estudos apontam correlações entre a insulinoterapia e questões de saúde mental, como depressão e transtornos alimentares. A resistência dos pacientes em relação ao uso de insulina pode prejudicar o tratamento e aumentar o risco de complicações.
OBJETIVOS
Levantar dados recentes da literatura sobre os impactos da insulinoterapia no desenvolvimento e agravo de perturbações de saúde mental entre indivíduos diabéticos.
METODOLOGIA
Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados Pubmed, Scielo e periódicos da CAPES com os descritores “Insulin", “Mental Health” e “Diabetes” por meio da busca de artigos publicados entre 2018 e 2024. Foram encontrados 564 artigos dos quais foram excluídos 554 que não se aplicavam ao tema, sendo selecionados 10 manuscritos nas línguas portuguesa e inglesa.
RESULTADOS
A interseção entre insulinoterapia e saúde mental é uma realidade complexa. As pessoas instáveis do ponto de vista metabólico são mais vulneráveis aos sintomas depressivos atípicos, tais como alterações de apetite, piora clínica da depressão e comportamentos de risco com relação ao próprio tratamento. A literatura sugere que diabéticos em insulinoterapia apresentam maior percentual de síndromes depressivas em comparação àqueles sem o uso do medicamento. Além disso, revelam uma relação direta entre a administração de insulina e o aumento dos sintomas depressivos. A ideação suicida é maior em pessoas com diabetes em uso de insulinoterapia e o suicídio é responsável por até 7% das mortes nessa população. No Brasil, durante a pandemia de COVID-19, cerca de metade das pessoas com diabetes com 18 anos ou mais queixaram-se de sofrimento psicológico e 9,3% dos pacientes pensaram em suicídio.
A insulinoterapia acarreta uma série de problemas adicionais como complexidade do regime de tratamento e ganho de peso. Além da depressão, os trabalhos mostraram que há a possibilidade de intensificação de comportamentos relacionados ao controle da diabetes, como a contagem de carboidratos, que podem culminar em transtornos alimentares como anorexia nervosa e compulsão alimentar.
CONCLUSÕES
A atenção psicossocial e o rastreamento de condições como depressão e transtornos alimentares são essenciais para abordar de forma holística as necessidades das pessoas que convivem com a diabetes e utilizam a insulina como tratamento, uma vez que essa associação se encontra bem estabelecida na literatura, sendo de grande relevância para a qualidade de vida dos pacientes.