Introdução: A psicofobia, caracterizada pelo preconceito contra pessoas com transtornos e/ou deficiências mentais, é uma barreira significativa para a busca por conhecimento e tratamento adequado. Com a pandemia da COVID-19, o número de indivíduos enfrentando transtornos mentais pode ter aumentado devido ao isolamento social e ao estresse generalizado. Nesse contexto, o projeto "Combate à Psicofobia" foi concebido com o objetivo de capacitar as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) e promover conscientização sobre como diversas atitudes “automáticas” são degradantes. As ACS foram o público-alvo por desempenharem um papel crucial na ligação entre os serviços de saúde e a comunidade, sendo responsáveis por incentivar os usuários a buscar acolhimento e tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Objetivos: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de medicina no projeto de intervenção “Combate à Psicofobia” realizado em uma UBS de Teófilo Otoni, Minas Gerais. Descrição da experiência: A dinâmica, realizada em formato de conversa, iniciou com um convite aos participantes para explorar o significado do termo "psicofobia", visto que todo ser humano, independente do nível de escolaridade, pode compartilhar ensinamentos e trocar conhecimentos. Embora a maioria das ACS não estivesse familiarizada com o conceito, uma delas realizou uma análise perspicaz a partir do sufixo "fobia", o que gerou uma reflexão coletiva. Exemplos práticos, como "Depressão é frescura" e "Depressão é falta de Deus", foram utilizados para ilustrar o termo. Em seguida, casos clínicos foram compartilhados, seguidos de questionamentos para desconstruir ideias preconcebidas e obter conhecimento das experiências vivenciadas pelas ACS. Abordou-se também a importância da assistência humanizada ao paciente. Ao final, um folder informativo foi distribuído para acesso rápido às informações discutidas. Resultados: Ocorreu intensa interação entre o grupo, além de profunda troca de conhecimento e de experiências, por meio de relatos sobre os pacientes, familiares ou de si próprios. Dessa maneira, evidenciou-se como a psicofobia está enraizada na sociedade e como ela impacta negativamente indivíduos com transtornos e/ou deficiências mentais, muitas vezes levando-os a internalizar esse preconceito. Conclusão: A intervenção demonstrou ser uma estratégia relevante de promoção da saúde, especialmente diante da importância da abordagem à saúde mental na Atenção Básica. O projeto propiciou uma reflexão crítica sobre as percepções das ACS, para estimular a conscientização e a sensibilização. Destaca-se, assim, o potencial de melhorias no acesso e qualidade dos serviços de saúde mental, o que pode contribuir para a construção de um ambiente mais inclusivo e livre de estigmas.