INTRODUÇÃO O acompanhamento pré-natal objetiva assegurar o desenvolvimento adequado da gestação, protegendo a saúde materno-infantil. O Ministério da Saúde preconiza que os pré-natais de risco habitual sejam realizados na Atenção Primária à Saúde (APS). Entretanto, no município estudado, a maioria desses pré-natais eram encaminhados a um serviço especializado, culminando em sobrecarga e inviabilidade da oferta de uma assistência adequada a todas as gestações. A partir dessa problemática, criou-se a Central Única de Marcações de Pré-Natal, uma ferramenta da prefeitura em parceria com a Universidade Federal local, com objetivo de reorganizar o fluxo do acompanhamento pré-natal local, fortalecendo o vínculo entre usuária e APS. OBJETIVO Validar a implantação da Central Única de Marcações de Pré-Natal a partir da percepção das gestantes. METODOLOGIA Realizou-se uma investigação qualitativa descritiva desenvolvida com as gestantes cadastradas na Central a partir do envio de um formulário virtual composto por questões fechadas e uma, aberta. O questionário foi enviado via aplicativo WhatsApp em janeiro de 2024 de forma aleatória para aproximadamente 80% das gestantes cadastradas, tendo em vista a exclusão de algumas pacientes, como usuárias que sofreram abortamento. As respostas foram coletadas anonimamente, portanto, o uso de dados disponibilizados de forma agregada, sem possibilidade de identificação individual justifica a dispensa do TCLE no estudo. RESULTADOS Foram obtidas 148 respostas. Considerando uma população de 964 cadastros e grau de confiabilidade de 95%, a margem de erro dessa amostra é de 7,4%. Em se tratando das respostas objetivas, 90% das gestantes consideraram que a Central ajudou durante o seu pré-natal; 57% determinaram o atendimento como rápido ou muito rápido; 80% julgaram o atendimento como bom (respeitoso, acolhedor e colaborativo), enquanto apenas 1% o julgou como ruim; 89% acreditam que o funcionamento da Central deve ser mantido. Dentre as 60 respostas da pergunta discursiva, destacam-se elogios e gratificações e 8 reclamações que discorrem sobre o tempo de atendimento e sobre o acompanhamento por profissional não obstetra. CONCLUSÕES Diante da percepção das gestantes atendidas pela Central, compreende-se que a ferramenta é tida como benéfica pela maioria das usuárias. Embora a avaliação qualitativa dos pacientes a respeito dos serviços de saúde seja muitas vezes negligenciada em detrimento de indicadores quantitativos, a opinião das gestantes deve assumir protagonismo nesse cenário, considerando que o ciclo gravídico é um momento de vulnerabilidade física e emocional, e a busca pela otimização do atendimento pré-natal deve ir ao encontro das demandas das gestantes.
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