INTRODUÇÃO
O ciclo gravídico-puerperal é um momento de intensas transformações na vida da mulher, e a informação de qualidade se apresenta, nesse cenário, como ferramenta essencial para uma gestação plena e saudável, bem como um parto seguro.
OBJETIVO
Este trabalho objetivou relatar as experiências vivenciadas por acadêmicos dos cursos de Medicina e Psicologia em grupos de conversa para gestantes em um programa de extensão de uma Universidade Federal no interior de Minas Gerais.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
Trata-se de um estudo na modalidade relato de experiência, elaborado a partir da vivência com grupos de gestantes que participaram do programa entre abril de 2023 e março de 2024. Foram realizadas 11 rodas de gestantes, com público total de aproximadamente 200 participantes (somados gestantes, acompanhantes, estudantes e profissionais presentes). Em média, participaram de cada encontro 8 gestantes, e cada roda teve cerca de duas horas de duração. Como facilitadoras, foram convidadas profissionais da assistência perinatal, como doulas, médicas, enfermeiras obstétricas e psicólogas. Em relação aos temas abordados nos encontros, pode-se citar: vias de nascimento; violência obstétrica; prática de exercícios físicos; amamentação; saúde mental; saúde sexual; e puerpério.
RESULTADOS
O Ministério da Saúde define educação em saúde como um conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado. Assim, trabalho educativo em saúde é uma tarefa compartilhada, que envolve troca de saberes e a participação ativa das usuárias, que devem ser as protagonistas do processo. Nesse sentido, as rodas de gestantes, por meio de comunicação clara e compreensível, ofereceram escuta ativa em um espaço seguro para troca de experiências e informações. Embora tenham sido encontrados obstáculos nesse processo, como a dificuldade de adesão aos encontros por parte das gestantes, cada encontro foi uma experiência de potência singular, em que o protagonismo e a autonomia das gestantes presentes foram pilares essenciais. Comentários das participantes quanto a desconhecimento sobre temas abordados, percepção da importância daquele momento e liberdade para compartilhar suas experiências foram presenciados.
CONCLUSÕES
As rodas de conversa constituem ações educativas relevantes, pois buscam garantir acesso a informações com evidência científica às gestantes, sendo essencial para assegurar que seus direitos sejam respeitados durante a assistência perinatal. A informação, nesse cenário, é uma potente ferramenta de autonomia das gestantes e puérperas em relação a seus corpos, seus filhos e o processo individual e único de gestar e parir.