Relato de experiência: Manejo da dor crônica na atenção primária à saúde

  • Autor
  • Guilherme Henrique Ribeiro Correa
  • Co-autores
  • Iara Fialho costa , Livia Fialho Costa
  • Resumo
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    O atendimento na rede de Estratégia de Saúde da Família (ESF) requer do profissional médico habilidades e competências para lidar com diversas condições clínicas, as quais num contexto de baixa complexidade e resolubilidade primária não necessitam ser encaminhadas aos demais níveis de atenção fornecidos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o manejo do paciente portador de dor crônica é de fundamental importância nesse contexto de atendimento, uma vez que a abordagem pode ser realizada de maneira integral, multiprofissional e de forma comunitária, as quais compõem os pilares da atenção básica.

    Nesse contexto, este trabalho aborda uma experiência contemplada em um dos ambulatórios de atendimento do curso de medicina por alunos que prestaram atendimento orientado em uma unidade de saúde da ESF, da rede municipal de São João del Rei. A consulta foi realizada com uma paciente que procurou a unidade devido à queixas ginecológicas, porém a partir da aplicação do Método Clínico Centrado na Pessoa, foram evidenciadas diversas queixas álgicas de quadro prolongado como mialgias, artralgias, associadas à fadiga, queixas cognitivas e alterações psiquiátricas, características de doenças crônicas como a fibromialgia. No entanto, a paciente sem a orientação devida buscava atendimento em diversos especialistas, o que culminou numa extensa lista de medicações e diagnósticos isolados porém sem resolução do quadro crônico de dor  generalizada, causando limitações diversas nas atividades diárias da paciente.

    As abordagens passadas focadas nas queixas da paciente de forma isolada impossibilitaram o melhor prognóstico, devido ao tratamento em desacordo com a literatura atual, a qual fornece ampla abordagem ao paciente portador de dor crônica na ESF, pelo médico e os demais profissionais da rede, porém ainda pouco difundida. Nesse prisma, a principal e mais resolutiva via de abordagem demonstrada na literatura é a educação em saúde, fornecendo ao paciente a oportunidade de conhecimento sobre os quadros de dor, possíveis gatilhos, compartilhamento de responsabilidades de tratamento e não somente a imposição de terapêuticas baseadas em resultados imagiológicos, uma vez que na maioria dos casos alterações anatômicas isoladas não constituem a principal causa da dor crônica e sim a relação de diversos fatores biopsicossociais.

    Portanto, evidencia-se a necessidade da capacitação do profissional atuante na ESF em diagnosticar e o manejar adequadamente pacientes com dor crônica, pois quando subdiagnosticados e compartimentalizados apresentam baixa perspectiva de cura e comprometimento da qualidade de vida quando comparados às condutas propostas na prática baseada em evidências.

  • Palavras-chave
  • dor crônica, atenção primária
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Eixo 4 - Recursos de abordagem: o que significa ser integral?
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  • Eixo 1 - A resolubilidade na assistência além das 4 paredes do consultório
  • Eixo 2 - Potencialidades nos processos de trabalho: diálogos multiprofissionais para o fortalecimento da APS
  • Eixo 3 - Ensino-aprendizagem: preceptoria, docência, letramento e educação
  • Eixo 4 - Recursos de abordagem: o que significa ser integral?
  • Eixo 5 - Atualizações clínicas e Educação Continuada sensíveis à MFC