Introdução:
A amamentação é um momento de conexão entre mãe e bebê. Nela transfere-se nutrientes, microorganismos e imunológicos à microbiota ainda sensível da criança. No entanto, durante a amamentação muitas mulheres enfrentam desafios, como desconfortos posturais, dificuldades morfológicas, fissuras, falta de orientação e até desenvolvimento de processos inflamatórios e/ou infecciosos, que podem levar à interrupção da lactação.
Objetivos:
Identificar, por meio de revisão integrativa, causas, sintomas, tratamentos e medidas preventivas da mastite lactacional.
Descrição:
Trata-se de uma revisão de literatura construída a partir das plataformas “Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações”, “PubMed” e “Google Acadêmico” com os descritores “woman” and “mastitis” and “antibiotic therapy” and “breast inflammation” and “post childbirth” and “mastitis” or “mastitis lactacional humana” or “mastite infecciosa” or “infectious mastitis”, dos últimos 10 anos (2014-2024). Com esse filtro foram selecionados 204 artigos, dos quais 14 foram utilizados na revisão.
Resultados:
A mastite, processo inflamatório mais comum no puerpério, presente em até 33% das mulheres durante esse período, acontece principalmente devido a obstrução das glândulas mamárias. O acúmulo prolongado de leite nos ductos glandulares, em um intervalo de 12 a 24 horas, torna-o um ambiente propício para proliferação desordenada das bactérias já constituintes do fluido lactífero, bem como de outras que adentram nos ductos por feridas como Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes e Escherichia coli. A multiplicação de tais agentes ativa uma cascata de resposta imunológica inflamatória local, cursando com sintomatologia definida em alguns aspectos como massa flutuante edemaciada, dor, calor, rubor, fissuras, sintomas sistêmicos e até cessação prematura da amamentação. A mastite se relaciona, não só a problemas maternos, como frustrações e processos psicológicos, mas, também, infantis, como baixo peso, infecções frequentes e dificuldades gastrointestinais. O diagnóstico da mastite é clínico e recursos de imagem são reservados para os casos mais graves, como suspeita de abscessos e tumores. O tratamento deve ser feito com medidas de suporte, usando de analgésicos, anti-inflamatórias e antibióticos somente quando necessário, buscando sanar as causas como principal medida terapêutica.
Conclusão:
Compreende-se a dor mamária como uma queixa importante dentro das consultas da Atenção Primária devido às implicações futuras do processo inflamatório. Por isso, quando relatada uma queixa similar a mastite lactacional, a anamnese deve ser bem elaborada, abordando diversas causas que propiciam a inflamação ou infecção. O diagnóstico da mastite deve ser feito precocemente e o tratamento deve preconizar o suporte aos sintomas clínicos, psicológicos e a interrupção do fator causal da inflamação.