INTRODUÇÃO: Desde a criação da Política Nacional para a População em Situação de Rua, instituída em dezembro de 2009, ações de intervenção tornaram-se mais frequentes nessa população, permitindo que em 2011 surgissem as equipes de Consultório na Rua (eCR). Trata-se de uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da Política Nacional da Atenção Básica, que fornece o cuidado primário, o acesso às ações e serviços de saúde de forma integral, com o objetivo de cumprir o prefácio estabelecido no artigo 196 da Constituição Federal de 1998, que diz: "a saúde é direito de todos e dever do estado”. OBJETIVOS: Elucidar os benefícios e importância das equipes de Consultório na Rua na ampliação do acesso integral à saúde para a população em situação de rua. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura integrativa realizada por meio de pesquisa de artigos científicos nas bases da Biblioteca Virtual em Saúde, Google Acadêmico e Scielo entre os anos 2018 e 2023. Os descritores utilizados, segundo o “DeCS/MeSH” foram: “Acesso à Atenção Primária”, “Pessoas Mal Alojadas”, “Humanização da Assistência” e “Gestão em Saúde”, isolados e posteriormente associados. Como critérios de inclusão foram considerados artigos em português, com embasamento científico, completos e disponíveis online. RESULTADOS: Segundo o Cadastro Único, em dezembro de 2022, haviam 236.400 pessoas em situação de rua no Brasil, ou seja, 1 em cada 1.000 pessoas no Brasil estava vivendo em tais condições. Esse dado comprova a necessidade de políticas públicas voltadas para essa população marginalizada composta por grupos heterogêneos, com necessidades e características específicas. As eCR permitem criar um elo de entrada desses indivíduos com a atenção primária à saúde (APS), promover educação em saúde objetivando redução de danos de afecções, além de auxiliar na desconstrução hierárquica entre o profissional de saúde e o atendido. Contudo, para atingir os benefícios supracitados, as eCR são compostas por diversos profissionais de saúde que atuam, por meio de ações estratégicas, em conjunto com as Unidades de Saúde de cada município, e, se necessário, com os Centros de Atenção Psicossocial e serviços de Urgência e Emergência. CONCLUSÃO: O modelo de APS é organizado partindo do princípio de domicílio fixo e território adscrito, fator que cria uma barreira entre a população em situação de rua e o acesso ao serviço de saúde. Tendo isso em vista, é notável a relevância das eCR ao garantir a esses indivíduos os princípios norteadores do SUS.