Introdução A saúde reprodutiva é um direito humano fundamental assegurado pela Organização das Nações Unidas. Nesse sentido, planejamento familiar pode ser entendido como o conjunto de ações que auxiliam a garantia do bem-estar reprodutivo, dentre elas, a contracepção. Assim, profissionais da Atenção Básica são essenciais na garantia de serviços neste âmbito, sendo diversas as dificuldades para execução harmônica das ações em planejamento familiar.
Metodologia Trata-se de uma revisão integrativa de literatura que utilizou PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo para seleção, utilizando o comando: ("atenção primária" OR "atenção básica") AND (barreiras OR desafios OR dificuldades) AND ("planejamento familiar" OR contracepção OR anticoncepcional). Os descritores foram delineados com o auxílio de MeSH e DeCS. Foram incluídos artigos em inglês, espanhol e português, publicados nos últimos 7 anos, com texto completo disponível. Foram excluídos artigos duplicados, revisões de escopo, trabalhos de conclusão de curso e artigos sem foco na APS. Foram identificados 200 artigos, sendo 188 na BVS, 8 na PubMed e 4 na Scielo, sendo 9 publicações incluídas na amostra final.
Resultados Os estudos destacaram a importância do investimento público, treinamento profissional, educação em saúde e direitos sexuais e reprodutivos.
Conclusões e hipóteses: A pandemia da COVID-19 gerou diversos problemas nos processos de trabalho da atenção primária a partir da reorientação de recursos e do isolamento social. Dessa forma, notou-se impactos na execução do planejamento familiar e fragilidades relacionadas a disponibilização de métodos anticoncepcionais para a população.
O fornecimento de ferramentas, como o DIU, é crucial para garantir o direito à saúde reprodutiva. Todavia, existem barreiras que dificultam sua efetivação, incluindo preconceito, treinamento profissional inadequado, indisponibilidade nos serviços de saúde e a falta de autonomia das pacientes na escolha do método.
Estudos indicam que profissionais de saúde enfrentam desafios ao discutir sexualidade durante o puerpério devido ao constrangimento associado ao tema. Ademais, cabe aos serviços de saúde proporcionarem acesso ao planejamento reprodutivo para adolescentes, visto que muitos profissionais ainda relutam, por exemplo, a disponibilizar o DIU para mulheres nuligestas. Ainda, as normas heterocentradas também influenciam na baixa participação masculina no planejamento reprodutivo.
Nas ESFs o acolhimento é essencial para criar vínculos e facilitar o diálogo. Além disso, a busca ativa através dos agentes comunitários de saúde, grupos operativos e atividades como Projeto Saúde na Escola contribuem para a disseminação de informações.
Logo, investir em profissionais, materiais e protocolos é crucial para garantir uma integração adequada e serviços de qualidade.