INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a epidemia global de diabetes tem se apresentado como um expressivo entrave de saúde coletiva, sendo a efetividade da terapia antidiabética fundamental na redução da mortalidade e da incapacidade acarretada por essa patologia. Nesse sentido, diversos estudos comprovam a eficácia da semaglutida na redução dos níveis glicêmicos no paciente diabético tipo 2.
OBJETIVO
Buscar na literatura atual informações que permitam entender e discutir sobre a desigualdade no acesso à semaglutida para o tratamento da diabetes tipo 2 no Brasil.
METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram filtrados artigos escritos nos últimos 5 anos, com livre acesso e nos idiomas inglês e português. Os seguintes termos foram pesquisados: “Acesso aos Serviços de Saúde”, “Medicamentos”, “Judicialização da Saúde”, “Sistema Único de Saúde”, “Semaglutida e Diabetes” e “Diabetes e Fatores socioeconômicos e Brasil”, totalizando 1557 artigos, sendo cada autor responsável por avaliar 519 destes. Foram excluídos os artigos cujo os títulos não estavam relacionados aos objetivos, culminando em 11 artigos selecionados.
RESULTADOS
Nota-se que a maior porcentagem de obtenção geral dos medicamentos ocorre entre os mais ricos, sendo que, especificando as características dos grupos atingidos pela desigualdade, vê-se maior prevalência entre a população negra, com menor nível de escolaridade e das regiões Norte e Nordeste, reforçando, portanto, uma cultura estrutural de racismo e de discriminação econômica e regional, que negligencia e afasta essa população dos serviços essenciais. Considerando esses fatores e tendo em vista que a maioria dos indivíduos necessitarão da judicialização para receber a semaglutida, percebe-se mais uma dificuldade imposta a essas pessoas, sendo outro obstáculo que atrasa ou até impede o preconizado acesso equalitário aos serviços de saúde.
CONCLUSÃO
Considerando a crescente prevalência de diabetes tipo 2 na população brasileira e mundial, condicionada pela influência de fatores socioeconômicos no desenvolvimento de estilos de vida e de possibilidades de adesão terapêutica, a semaglutida destaca-se como uma das opções para a terapia hipoglicemiante eficiente e, portanto, colabora para o adequado controle da doença e redução na incidência de lesão de órgãos-alvo. Todavia, apesar das políticas brasileiras diminuírem problemas de acesso históricos, ainda percebe-se um panorama que dificulta o acesso à saúde, e, considerando que o aumento da diabetes exige mais terapias, entende-se que esse acesso não ocorre igualmente. Assim, atesta-se a imprescindibilidade da promoção de políticas públicas de saúde na democratização do acesso às terapias antidiabéticas pela população.