Introdução: O Programa Nacional de Imunização (PNI) brasileiro tem reconhecimento internacional por ser um dos mais completos e por manter elevadas taxas de cobertura vacinal. Entretanto, o declínio mundial da adesão à vacinação levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a definir este cenário como uma das maiores ameaças à saúde pública, uma vez que ele está acompanhado pela reintrodução de doenças imunopreveníveis, como o Sarampo, que havia sido erradicado no Brasil. Objetivos: Este trabalho é uma revisão bibliográfica que visa analisar o declínio na cobertura vacinal no Brasil, principalmente em crianças. Metodologia: Foram selecionados 8 artigos científicos nas bases Latindex e MEDLINE/PubMed a partir de 2022 selecionados através das palavras-chave “cobertura vacinal”, “Programa Nacional de Imunização” e “saúde da criança”. Resultados: O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi criado no Brasil em 1973 e apresentava elevadas coberturas vacinais por ser universal e gratuito, ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, a partir de 2016, as taxas de cobertura começaram a declinar, principalmente da vacinação infantil, sendo agravada quando foi declarada a pandemia de COVID-19 em março de 2020. Diversos fatores têm sido associados a essa diminuição, como o movimento antivacina, receio dos efeitos colaterais, falta de confiança na eficácia e até mesmo fatores políticos. Como consequência deste cenário, as crianças ficam desprotegidas e suscetíveis a doenças imunopreviníveis. Com isso, há preocupação em relação à ocorrência de epidemias, como a de sarampo em 2017 e as de febre amarela entre 2016 e 2019, além do risco de ressurgimento de outras doenças, comprometendo a imunidade coletiva. Conclusão: O alcance e a manutenção de altas taxas de cobertura vacinal são de extrema importância para a redução de casos ou erradicação de doenças imunopreviníveis. A criação de estratégias, como o aumento de acesso aos serviços de saúde, educação popular ou campanhas de vacinação, principalmente para imunização durante a infância, devem ser implementadas no Brasil, a fim de que as taxas elevadas de adesão sejam novamente uma realidade no país.