INTRODUÇÃO: A depressão é um transtorno mental que afeta negativamente o humor do indivíduo acometido. Segundo a OMS, essa doença acomete 10,4% dos pacientes da Atenção Primária de Saúde (APS) (Ministério da Saúde, 2024), sendo associada ou não a um transtorno físico. OBJETIVO: Descrever o manejo de um paciente com depressão pelos profissionais da APS, tendo como referência a experiência acadêmica em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) em Minas Gerais. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Acadêmicos do curso de medicina de uma universidade federal de Minas Gerais, acompanharam o atendimento a um paciente do sexo masculino, aproximadamente 30 anos, que apresentava sintomas depressivos, associado a ideação de auto extermínio. O paciente buscou a ESF para sanar dúvidas acerca da medicação bromidrato de citalopram que lhe havia sido prescrito. Relatou insegurança em relação ao tratamento que ainda não o havia iniciado. Assim, o paciente foi prontamente atendido pelo professor médico que, ao tratá-lo de forma acolhedora e reconhecer suas individualidades, acalmou-o, sanou suas dúvidas em relação ao medicamento e o encorajou a iniciar o tratamento, encaminhando o paciente ao serviço de psicologia da própria ESF, que de forma assertiva participou da tomada de decisões a respeito de sua própria saúde. Após o atendimento, os acadêmicos discutiram o caso e a abordagem utilizada, sob orientação do professor responsável. RESULTADOS: Percebeu-se a necessidade de individualização do atendimento, de modo a efetivamente alcançar o paciente e auxiliá-lo em seu sofrimento, bem como incentivá-lo a aderir ao tratamento. Para tanto, cabe à equipe identificar as necessidades reais do paciente e fugir de conselhos genéricos, os quais, por vezes, podem ter o efeito inverso, afastando o indivíduo dos atendimentos necessários. Assim, foi nesse sentido que foram desenvolvidas as discussões do grupo dos acadêmicos, a fim de refletir sobre as diversas formas de otimizar e tornar mais eficaz o atendimento aos pacientes em sofrimento psíquico. CONCLUSÃO: Destaca-se, dessa forma, a importância do atendimento acolhedor como peça fundamental na abordagem dos transtornos mentais. Através de uma perspectiva integrada e centrada na pessoa, os profissionais desempenham um papel vital na promoção do bem-estar mental e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. No entanto, são necessários esforços contínuos para capacitar os profissionais, expandir o acesso a serviços especializados e combater os estigmas associados à saúde mental, a fim de garantir assistência de qualidade e abrangente aos pacientes com transtornos psíquicos.