Introdução: Estratégia de Saúde da Família (ESF) desempenha um papel primário no tratamento de neoplasias em idosos, fornecendo cuidados abrangentes e coordenados. A ESF facilita o diagnóstico precoce, o acompanhamento regular e o suporte emocional necessário. Objetivo: Descrever a experiência de estudantes de medicina em relação ao processo de elaboração de hipóteses diagnósticas para pacientes, bem como destacar a importância da medicina de família no diagnóstico e na prestação de cuidados. Descrição da experiência: No presente relato, o paciente de sexo masculino, 63 anos, caminhoneiro ativo, mora com um colega em uma cidade no centro-oeste de Minas Gerais, porém não tem contato significativo com ele devido às cargas horárias de trabalho distintas, tem filhos porém não mantém contato. Foi atendido em uma ESF da mesma região em que reside. Sua queixa principal era vertigem, astenia, tosse não produtiva, dispneia e anorexia que causou uma perda de peso não intencional no paciente, o qual relatou não ingerir nada sólido nos últimos 7 dias. Tais sintomas já estavam presentes há uma semana. No decorrer da anamnese, o acometido citou ser fumante a 20 anos e que consome uma média de 5 a 6 cigarros diários, além de não tomar a medicação para hipertensão arterial regularmente pelo fator esquecimento. A principal hipótese diagnóstica é de neoplasia. Resultado: Foi possível observar que, a influência dos hábitos de vida, como a ocupação profissional do paciente, a ausência de uma convivência familiar e de afeto, estão atreladas ao estado de saúde, seja na busca por diagnóstico precoce, seja por uma melhor adesão ao tratamento. No entanto, o quadro relatado evidencia que a falta da família, somada ainda à rotina exaustiva de caminhoneiros influenciaram no diagnóstico tardio. Conclusão: É possível reiterar que o paciente deve ser tratado pelo profissional da saúde levando em consideração todo seu contexto social, econômico e cultural, visto que tanto sua ocupação profissional, quanto sua integração enquanto ser social e suas crenças, são passíveis de influenciar na saúde do indivíduo em geral, seja positivamente ou negativamente. Desse modo, é perceptível a necessidade de transformar o quadro de profissionais da área da saúde, sendo, portanto, dever das academias brasileiras formarem profissionais que estejam atentos não somente à queixa principal do paciente, bem como à história familiar e social, para que dessa forma a adesão ao tratamento prescrito aumente, concomitante a resolução da queixa principal apresentada.