Introdução: A fibromialgia (FM) tornou-se uma doença frequente no contexto atual e está presente de forma rotineira no contexto da Atenção Primária em Saúde, um estudo realizado entre 2015 e 2016 sobre dor crônica estimou a prevalência de 2% da população brasileira, sendo o perfil demográfico mais acometido o composto por cidadãos os quais dependem do atendimento em centros de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nesse contexto, a prevalência diagnóstica da FM no Brasil se encontra reduzida em relação aos níveis mundiais apontados em estudos mais recentes. Ademais, um estudo de 2023 apontou a FM como um fator de aumento de risco de mortalidade por suicidio, infecções e demais causas.
Objetivo: Dessa forma, devido aos impactos dessa condição na qualidade de vida e mortalidade dos portadores, o presente estudo busca elucidar o manejo, diagnóstico e tratamento desta condição na APS pelo profissional não especialista em reumatologia, tendo em vista os recursos aplicáveis que demonstraram maior eficácia na atualidade.
Metodologia: A apresentação sindrômica da FM se dá pelo quadro de dor musculoesquelética generalizada, associadas a demais sintomas como distúrbios psiquiátricos, cognitivos e outros sintomas físicos, os quais são relacionados com os mecanismos de regulação da dor de sensibilização central. Dessa maneira, o diagnóstico é construído por meio de associações sintomáticas sugestivas, uma vez que no contexto atual, ainda não existem referências laboratoriais suficientes para conclusão diagnóstica, o que destaca a necessidade do desenvolvimento de habilidades clínicas do profissional atuante na ESF para o manejo adequado desses pacientes.
Resultado: A literatura atual demonstra que o diagnóstico da FM pode ser realizado por meio de critérios, como o proposto pelo Colégio Americano de Reumatologia em 2016 o qual é amplamente utilizado e validado, além da associação com diversos escores que auxiliam no controle e manejo clínico como: Polysymtomatic Distress Scale, Fybromialgia Impact Questionnaire, Central Sensitization Inventory, Pain Catastrophising Scale, Fear Avoidance Beliefs Questionnaire. Assim, o manejo do paciente portador da FM condizente às referências recentes sugere a abordagem por intervenção não farmacológica, que deve ser composta de forma multidisciplinar, focada na educação em saúde do paciente, terapia cognitiva e o incentivo à atividade e exercícios físicos. Dessa forma, cabe ao profissional assistente nesse contexto a aplicação de uma terapêutica adequada, eficiente e baseada em evidências, a qual é o tema central do estudo proposto por meio da atualização sobre o que há de mais moderno e eficaz no manejo da FM.