LÍQUEN ESCLEROSO VULVAR: ABORDAGEM MULTIDIMENSIONAL E INTEGRAL, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Autor
  • Luíza Teixeira Silva
  • Co-autores
  • Mônica Irani de Gouvêia
  • Resumo
  • Introdução: O Líquen Escleroso Vulvar (LEV) é uma dermatose inflamatória crônica mais frequente em mulheres pós-menopausadas, que acomete toda região anogenital (até 95% dos casos). Prurido é o principal sintoma associado, podendo coexistir disúria e dispareunia e pode evoluir para fissuras e atrofia genital, levando a um prejuízo na qualidade de vida, impactando todas as esferas: pessoal, sexual e social. O grau de associação da LEV com incontinência urinária de qualquer tipo é elevado,assim como trauma físico na pele genital pode desencadear o desenvolvimento desta lesão vulvar, assim como em mulheres multíparas, em razão de lesões relacionadas ao parto. Objetivo: relatar a experiência de abordagem multidimensional de LEVexperimentada por uma médica residente da área de Medicina de Família e Comunidade (MFC) em uma unidade básica de saúde (UBS) numa cidade da Zona da Mata mineira. Descrição: mulher, 63 anos, multípara (G3P3A0), com data incerta da menopausa (50 anos), com registros de idas frequentes à UBS para controle de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo 2, além de sintomas de ansiedade e depressão, bastante relacionados com a relação conturbada com o cônjuge (informou que não tem relações sexuais com o cônjuge em decorrência do grande desconforto que o ato lhe causa). Quando abordada de forma multidimensional pela médica residente de MFC, a paciente demonstrou profunda preocupação com a presença da lesão na vulva, assunto que havia sido abordado por uma ginecologista e um médico generalista (ambos em 2016) porém, sem seguimento. Na verdade, em 2017, 2022 e 2023, a paciente queixou-se de “lesão vaginal”, porém não despertou interesse nos profissionais. Resultados: na primeira consulta com esta médica residente, a queixa foi de prurido vaginal intenso. Após diagnóstico clínico de LEV, foi iniciado tratamento com corticoterapia tópica, com melhora significativa do prurido, porém a paciente não compreendeu a necessidade de continuar o tratamento e ficou por aproximadamente dois meses sem usar a medicação. Em abril de 2024, ela retornou à UBS e o tratamento foi retomado. A interrupção da medicação e o uso de agentes abrasivos para seu alívio (como bicarbonato de sódio) complicaram o seu estado clínico. Conclusões: a LEV é uma afecção pouco comum, causadora de grande prejuízo às suas portadoras e constitui um desafio ao médico para conseguir vencer as barreiras de uma anamnese parcial, como ocorreu com a paciente em questão: houve um atraso de, pelo menos 8 (oito) anos em seu tratamento. 

  • Palavras-chave
  • Líquen Escleroso, Medicina de Família e Comunidade, Pós-menopausa
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Eixo 5 - Atualizações clínicas e Educação Continuada sensíveis à MFC
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  • Eixo 1 - A resolubilidade na assistência além das 4 paredes do consultório
  • Eixo 2 - Potencialidades nos processos de trabalho: diálogos multiprofissionais para o fortalecimento da APS
  • Eixo 3 - Ensino-aprendizagem: preceptoria, docência, letramento e educação
  • Eixo 4 - Recursos de abordagem: o que significa ser integral?
  • Eixo 5 - Atualizações clínicas e Educação Continuada sensíveis à MFC