Introdução
Na saúde do idoso é essencial realizar um cuidado que contribua para a manutenção da independência e autonomia desses pacientes, preservando-as. Para isso, é necessário que os idosos potencialmente vulneráveis sejam identificados. Dessa forma, foi aplicado o Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional-20 (IVCF-20), o instrumento de triagem em idosos, consiste em 20 perguntas sobre idade, auto-percepção da saúde, atividades de vida diária, cognição, humor, mobilidade, comunicação e comorbidades. Ainda, foi empregada a Escala Geriátrica de Depressão (GDS) na versão reduzida de 15 itens (GDS-15), é um questionário que avalia a possibilidade de depressão no idoso que, muitas vezes, é subdiagnosticada.
Objetivos
Desenvolvimento de um fluxograma de avaliação psíquico-geriátrica na atenção básica para a triagem de pacientes com idade igual ou acima de 60 anos . Capacitar ACSs das duas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) da UBS para a aplicação do IVCF-20 e, posteriormente, do GDS-15 naqueles que pontuarem no aspecto “humor” do IVCF-20.
Descrição da Experiência
Durante a prática na comunidade houve um momento de oficina com os agentes de saúde, no qual foi possível instruir sobre a aplicação dos questionários (IVCF-20 e GDS-15). Ao final do encontro, o fluxograma foi aplicado uns nos outros para treinar a nova habilidade. Dessa forma, foi possível para os alunos identificar fraquezas e corrigi-las. Após essa breve prática da equipe, o fluxograma foi testado em algumas visitas domiciliares e em alguns atendimentos de triagem, otimizando a estratificação interna da UBS. Ao receber o paciente já classificado, o médico da unidade poderia direcionar melhor seu atendimento.
Resultados
O grupo de ACSs demonstrou interesse na capacitação e relatou que esse tipo de abordagem possibilita ampliar o vital trabalho realizado por eles junto à comunidade, fortalecendo o serviço de atenção primária à saúde. Para os graduandos em Medicina, o contato e troca de experiências junto aos agentes engrandece uma formação técnica e humanizada. Somado a isso, os pacientes idosos sentiram-se mais acolhidos em relação à saúde mental e à funcionalidade.
Conclusão
O desenvolvimento do fluxograma de identificação da fragilidade e de sintomas depressivos em idosos se faz necessário devido ao envelhecimento populacional causado pelo aumento da expectativa de vida, além do combate da ideia etarista de que envelhecer significa perder seu valor, tornar-se obsoleto. Tal ideia etarista faz com que os sinais de depressão no idoso passem despercebidos, assim, juntamente às ACS, há a desmistificação dessa ideia, bem como a construção do cuidado.