INTRODUÇÃO
A comunicação é uma habilidade essencial para os profissionais da área da saúde, desempenhando um papel fundamental no processo de transmitir informações e criar vínculos. Para isso, é necessário não apenas prática, mas também um estudo aprofundado sobre como abordar essas situações delicadas, visto que menos de ? dos profissionais recebem ensino formal sobre o tema durante a graduação médica. É crucial que os profissionais de saúde estejam preparados para lidar com essas situações, considerando o impacto que essas notícias podem ter tanto no paciente, quanto no profissional responsável pela comunicação.
OBJETIVO
Analisar dados recentes da literatura cujo assunto apresentado são os principais desafios relacionados à comunicação de más notícias no contexto da APS.
METODOLOGIA
Realizou-se revisão bibliográfica nas bases de dados Pubmed, Scielo e CAPES com os descritores “Breaking Bad News", “Healthcare”, “Primary Care”. Buscou-se artigos publicados entre 2018 e 2024. Foram encontrados 371 artigos, dos quais 10 foram selecionados utilizando como critérios de inclusão a pertinência ao tema e sua disponibilidade em português e inglês. Foram excluídos artigos que não se aplicam ao tema.
RESULTADOS
A literatura mostra que 51% dos médicos sentem-se afetados pelo ato de comunicar uma má notícia, desses, 26% relatam dificuldade em lidar com os próprios sentimentos e 17% têm a autoestima abalada em relação ao profissionalismo. Estudos também sugerem que questões como o envolvimento do paciente na tomada de decisões e a necessidade de ser honesto sem afetar as esperanças são preocupações comuns dos profissionais de saúde. Ansiedade, medo, frustração e sintomas físicos, como aumento da frequência cardíaca e sudorese, também foram relatados.
Na APS, a privacidade e a integração na comunidade são elementos que favorecem a comunicação. No entanto, o desconforto é especialmente intenso ao comunicar notícias difíceis à pacientes com quem os profissionais têm um forte vínculo.
A longitudinalidade presente nas Redes de Atenção à Saúde (RAS) é entendida como vantajosa, visto que permite a continuidade do cuidado nas diferentes densidades tecnológicas. No entanto, existem barreiras para uma comunicação eficaz, como a alta demanda de usuários, a burocracia envolvida e as lacunas na formação acadêmica e experiência profissional.
CONCLUSÕES
Apesar da comunicação de más notícias ser intimamente ligada ao cotidiano da APS, estudos evidenciam lacunas que incluem educação médica, sobrecarga e relação médico-paciente. Logo, é evidente a necessidade de estratégias eficazes, principalmente educacionais, que ampliem a capacidade do profissional em proporcionar, de maneira integral, o suporte necessário em situações sensíveis.