INTRODUÇÃO
A complexidade dos desafios da educação em saúde demanda uma abordagem interprofissional para ações eficazes na comunidade. Assim, é pertinente analisar a disponibilidade para a educação entre estudantes dos cursos de saúde, identificando fatores associados.
OBJETIVO
O objetivo foi determinar a percepção e disponibilidade de estudantes dos cursos de saúde para a educação interprofissional.
METODOLOGIA
Estudo transversal realizado com amostra formada por universitários ativos nos cursos de Fisioterapia, Medicina e Odontologia. Foi aplicado, nas salas de aula, um questionário que incluiu informações sociodemográficas, acadêmicas e questões sobre a educação interprofissional, por meio do Readiness for Interprofessional Learning Scale (RIPLS). Os dados dos participantes foram organizados no Excel e as análises estatísticas realizadas no software STATA. O RIPLS foi categorizado em alta e baixa disponibilidade da educação interprofissional. A análise foi descritiva e inferencial, utilizando análise bivariada e análise multivariada. Todas as variáveis que apresentaram um valor de p<0,20 foram incluídas na análise ajustada, obtendo-se a razão de prevalência e os intervalos de confiança a 95%. As variáveis incluídas no modelo final foram aquelas que apresentaram um valor de p<0.05 em pelo menos uma de suas categorias.
RESULTADOS
Participaram 93 estudantes, a maioria do sexo feminino (66,7%), entre 20 e 24 anos de idade (79,6%), dos cursos de fisioterapia (46,2%) e medicina (35,5%) do quarto semestre (45,2%). Vinte e nove por cento recebe algum auxilio, 15% tem uma profissão e 21,5% trabalha, sendo que 41,8% relataram ter renda familiar maior a 5 salários mínimos. A média do RIPLS foi de 84,9; sendo que o fator 1 trabalho em equipe e colaboração apresentou a maior média de 84,4 seguido de atenção à saúde centrada no paciente com 14,1 e a identidade profissional com 13,6. Na análise bivariada a maior disponibilidade da EIP esteve associada a sexo, idade, semestre, curso, bolsa, renda, trabalho, inciativas interprofissionais e conhecimento sobre a EIP (p<0,005). Na análise multivariada a maior disponibilidade a educação interprofissional esteve associada ao sexo feminino, a idade de 25 a 29 anos, 30 anos a mais, ao semestre mais avançado, ao curso de fisioterapia e a menor renda.
CONCLUSÕES
A pesquisa revela que a disponibilidade para a educação interprofissional foi alta, sendo o trabalho em equipe e colaboração a dimensão com maior entendimento entre os estudantes dos três cursos. A maior disponibilidade esteve associada ao sexo feminino, à maior idade, ao curso de fisioterapia, ao semestre mais avançado e a menor renda.