Introdução
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de colo de útero acomete, em média,15 a cada 100 mil mulheres. O rastreamento do câncer cervical é realizado através do exame citopatológico, Papanicolau. Esse exame, oferecido pelo Sistema Único de Saúde(SUS), é direcionado às mulheres com idades entre 25 e 64 anos e pode reduzir, em até 80%, a incidência da doença. Identifica-se que a população com menor acesso ao exame geralmente compreende mulheres pardas, de baixa escolaridade e condição socioeconômica vulnerável. Portanto, para promover o acesso à saúde e garantir o cuidado abrangente, é crucial o trabalho interprofissional na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Narrar a experiência em um mutirão multiprofissional, abrangendo a realização do exame citopatológico e testes para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs);
Explorar os impactos sociais da ação.
Descrição da experiência
A produção deste trabalho originou-se da experiência de duas acadêmicas de Medicina, em um mutirão multiprofissional. As atividades foram desenvolvidas por discentes da área da saúde, docentes, residentes e profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS). Os alunos foram capacitados previamente, através de materiais sobre o exame citopatológico. Na UBS, os atendimentos foram realizados por quatro equipes, formadas por uma acadêmica de medicina e um preceptor. Dessa forma, realizou-se a inspeção da genitália externa, do colo uterino e a coleta do Papanicolau. Ademais, houve a colaboração com a pesquisa de uma docente, através da coleta de amostras de secreção vaginal de pacientes e da realização de testes rápidos para ISTs. Após o mutirão, a equipe reuniu-se para discutir os 24 atendimentos.
Reflexão
A atuação multiprofissional é essencial para oferecer um cuidado abrangente, trabalhar junto à comunidade e promover a educação em saúde e os princípios do SUS. Uma linguagem acessível é crucial no atendimento para o conforto da paciente. Além disso, mutirões realizados aos finais de semana facilitam o acesso, das mulheres que trabalham, aos serviços de saúde. Essas ações oferecem cuidados preventivos e promovem uma abordagem mais inclusiva e equitativa.
Conclusão
O mutirão garantiu o acesso à saúde e demonstrou a importância do cuidado integral e humanizado. Essa abordagem centrada na paciente empodera as mulheres a assumirem um papel ativo na sua saúde. O impacto positivo desse mutirão estendeu-se à construção de um respeito mútuo entre profissionais e pacientes, à promoção da equidade e à valorização da saúde feminina. Essa experiência reflete sobre o poder transformador de abordagens colaborativas centradas na pessoa.