Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença respiratória infectocontagiosa de transmissão aérea provocada pela bactéria Mycobacterium Tuberculosis. Afeta principalmente os pulmões, mas é passível de acometer também outros órgãos (forma extrapulmonar). Em 2022, foi a segunda principal causa de morte no mundo, sendo que mais de 10 milhões de pessoas adoecem com TB todos os anos. O Brasil, especialmente, é o país com o maior número de casos notificados nas Américas. Dado a sua relevância no contexto nacional, torna-se fundamental caracterizar o perfil epidemiológico e sociodemográfico da TB na macrorregião de saúde Centro-Sul. Neste contexto, é conhecido que uma parcela significativa da prestação de cuidados às pessoas com TB ocorre no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), em específico a Estratégia Saúde da Família (ESF). A aplicação dos atributos desse sistema permite uma abordagem terapêutica com orientação comunitária, abordagem integral e centrada no paciente bem como a corresponsabilização do tratamento em uma relação médico-paciente. Objetivo: Traçar o perfil sociodemográfico e epidemiológico dos casos notificados de tuberculose na macrorregião de saúde Centro-Sul. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo a partir da análise de dados secundários do DATASUS compreendidos entre os anos de 2019 a 2023. Resultados: Entre 2019 e 2023, foram notificados 412 casos de tuberculose na macrorregião de saúde Centro-Sul. Na análise sociodemográfica, foi possível observar predominância dos casos no sexo masculino (N = 300/71,25%), na faixa etária de 35 a 44 anos (N = 91/21,61%) e na população branca (N = 153/36,34%). Em relação a frequência de casos de acordo com a classificação diagnóstica, verificou-se que a forma pulmonar foi a mais frequente, representando 83,61% do total de casos (N = 352). Conclusão: Considerando-se que a tuberculose é uma doença evitável e curável, a cobertura universal de saúde é imprescindível para que todos os pacientes tenham acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado. O cenário ideal para tal abordagem é a APS, a porta de entrada do sistema que propicia o diagnóstico precoce bem como a orientação do cuidado nas redes de saúde de acordo com a demanda de cada paciente. Dada a complexidade da patologia e do seu tratamento, a abordagem demanda um cuidado integral considerando fatores psicossociais e os determinantes de saúde que afetam o seu processo de cuidado. Ademais, a interpretação crítica dos dados epidemiológicos apresentados deve ser considerada como uma ferramenta para guiar o desenvolvimento de políticas públicas.