Introdução:
A inserção médica nas comunidades traz repercussões benéficas à sociedade e ao próprio profissional, que se aperfeiçoa por meio do contato com os usuários do sistema de saúde. Dessa forma, o médico desenvolve uma percepção apurada e das formas mais eficientes da abordagem em saúde daquele contexto social em particular, além de atuar como um agente de identificação de agravos à saude.
Objetivo:
Relatar a experiência durante uma disciplina da graduação em medicina, com prática em Unidade Básica de Saúde (UBS) em um bairro periférico da cidade.
Metodologia:
A disciplina é dividida em teoria e prática. A última é realizada em uma UBS de um bairro periférico da cidade. Nesse contexto, foi possível ter contato com um paciente dependente do álcool há quatro décadas, que cursava com delírios e episódios maníacos. Por conseguinte, pode-se acompanhar o atendimento interdisciplinar, em que a Médica de Família e Comunidade (MFC) e a psiquiatra trabalharam em consonância na assistência e na coordenação do cuidado ao usuário.
Resultados:
Durante o acompanhamento do atendimento interdisciplinar ofertado ao paciente, foi possível observar a importância da atuação médica para a comunidade na qual ela está inserida. No caso, em específico, o uso abusivo de bebidas alcoólicas ocultava diversas questões sociais vivenciadas pelo paciente, como questões familiares e laborais, para as quais ele buscava refúgio. Nesse aspecto, a presença de profissionais capacitados na UBS para atender às demandas do paciente foi fundamental para a condução do caso. Foi possível notar a percepção apurada da profissional de MFC acerca da necessidade do paciente da comunidade na qual estava inserida, e com isso uma grande contribuição à investigação psiquiátrica do caso. Além disso, a interdisciplinaridade trouxe o potencial de um tratamento mais holístico àquele paciente, dispondo a ele todo o aparato necessário disponível na UBS.
Conclusões:
A informação é parte fundamental para a atuação médica, ela permite diagnósticos mais apurados e evita custos com exames investigatórios, proporcionando, assim, mais bem estar àqueles em situação de vulnerabilidade trazida pelas doenças. Essa informação, muitas vezes, chega de forma mais abrangente e completa àqueles com mais exposição à comunidade, e se tratando de saúde, aos médicos de família e comunidade, os quais estão mais próximos à comunidade por eles assistida. Por último, a cooperação entre especialidades permite tratamentos mais completos e assertivos.