O balé clássico tem sido uma das atividades físicas mais procuradas visando à melhoria na postura de crianças e adolescentes, sendo apontado como uma modalidade de dança que pode ocasionar ganhos no que se refere ao alinhamento postural e a postura considerada mais adequada biomecanicamente. Todo o trabalho realizado neste estilo de dança desenvolve-se a partir da postura e colocação do corpo, condição necessária para transmitir leveza, equilíbrio e graciosidade nos movimentos. No entanto, embora esta dança possua benefícios para os seus praticantes, também pode ser responsável por lesões e alterações na postura. Observa-se que devido a gestos e posições extremas exigidas durante sua prática, o balé pode contribuir para a adoção de padrões posturais impróprios. A técnica do balé clássico, ao longo do tempo, tem se baseado na exigência de uma amplitude articular cada vez maior, com altas demandas de flexibilidade, estabilidade e força, nesse caso a coluna e os membros inferiores acabam sendo bastante sobrecarregados. Além disso, como resultado de elevadas horas de repetição de gestos em busca da melhoria da execução, tem sido observado em bailarinos o desenvolvimento de problemas posturais como anteversão pélvica, joelho em valgo, hiperlordose lombar, entre outros. Em vista disso, este estudo teve como objetivo identificar o perfil postural de adolescentes de 11 a 14 anos praticantes de balé clássico na cidade do Recife, para isso participaram 57 adolescentes com idade entre 11 e 14 anos praticantes de balé em escolas especializadas da Região Metropolitana do Recife onde foram avaliados através de uma análise postural por fotos na vista lateral direita. As fotografias foram inseridas no programa Corel Draw X3 para a avaliação postural. Como critério à análise da postura dos participantes a pelve foi classificada como neutra, anteversão ou retroversão. O tronco foi considerado neutro, anteriorizado e posteriorizado e o joelho foi classificado como neutro, flexo e hiperextendido. Dentre as bailarinas estudadas 77,2% apresentaram algum tipo de alteração postural; 26% postura relaxada, 21% apresentavam postura hiperlordótica, 28% cifótica-lordótica e apenas 1,8% apresentou postura achatada. Concluiu-se que a maioria das adolescentes estudadas apresentaram algum tipo de alteração na postura com destaque à padrões posturais hiperlordóticos.
Comissão Organizadora
Proativa Eventos
Daniely Gomes Vieira de Souza
André Luiz de Souza
Comissão Científica