Introdução: Uma assistência no basquetebol é caracterizada pelo último passe antes da conversão de uma cesta, desde que a ação do arremesso tenha sido executada logo após o passe. Um maior número desse fundamento parece estar relacionado ao número de vitórias de uma equipe profissional. Um outro fator comumente associado ao sucesso no basquetebol é a quantidade de rebotes, principalmente defensivos. Considerando a complexidade das interações entre as ações técnico-táticas de uma modalidade como essa, é possível que as ações de rebotes e assistência estejam ambas relacionadas ao número de vitórias. Objetivo: O objetivo do presente estudo é verificar a associação entre as situações de rebote e a produção de assistências. Procedimentos Metodológicos: Foram analisados vídeos de jogos da fase de classificação da sétima edição do Novo Basquete Brasil (NBB), temporada 2014/2015, realizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB). O campeonato contou com a participação de 16 times, e foram incluídos na amostra os 28 primeiros jogos da temporada regular da equipe que apresentou o maior número de assistências na temporada. A análise de vídeo foi realizada por meio de um scout criado para atender as demandas desse estudo. O início da posse de bola foi classificado como situação de rebote e outras situações, correspondentes a reposição após a cesta, a bola ao alto, a um erro do adversário, interceptação da bola pela defesa e após uma falta que gerou uma reposição da bola pela lateral ou fundo bola. Foi realizado a comparação da frequência de distribuição percentual de ocorrência de assistências quando a posse de bola era resultado de um rebote ou não por meio do teste de qui-quadrado (X²). Resultados e Discussão: No total, foram contabilizadas 2422 posses de bola para a equipe estudada. Dessas, 700 se deram por ocasião de um rebote, seja ele ofensivo (188) ou defensivo (512). Sendo assim, 1722 posses de bola se deram por outras situações. Como resultado, é possível perceber que não há diferença estatística para a ocorrência de assistência entre posses de bola que se iniciam a partir de um rebote ou não, apontando a possibilidade dos fundamentos de rebote e assistência contribuírem de maneira desassociada para a vitória. Além disso, a comparação demonstra que quando isoladas as situações de rebote, os rebotes defensivos favorecem a produção de assistência. Podendo ser explicado pela regra que entrou em vigor em 2014 que, após um arremesso, caso a equipe que está no ataque pegue o rebote, ela terá apenas 14 segundos para executar um novo arremesso, em contraste aos 24 segundos que teria ao iniciar uma posse de bola a partir de um rebote defensivo ou outra situação. Com o menor tempo para a troca de passes, é possível que a produção de assistências por ocasião de um rebote ofensivo seja prejudicada, considerando que um maior número de passes tem relação positiva com a produção de assistências. Conclusão: Diante do exposto, os resultados apresentados pelo presente estudo refutam uma associação entre situações de início de posse de bola a partir de um rebote e um aumento na produção de assistências. Contudo, o estudo detalhado dessa condição aponta que posses de bola iniciadas a partir de rebotes defensivos tendem a apresentar maior incidência de assistências do que aquelas iniciadas por rebotes ofensivos.
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