Introdução: Nos últimos anos vem se dando muita ênfase a questões referentes a inclusão e educação, sendo este um discurso relativamente antigo e que com o passar dos anos, vai ganhando novos moldes (ALVES E DUARTE, 2014; FARIAS, SANTOS E SILVA, 2009; GALVÃO, 2019; PÉRISSÉ, 2007). Ferreira (2019, p.3) descreve que ‘’Educação inclusiva é uma modalidade de ensino na qual o processo educativo deve ser considerado como um processo social em que todas as pessoas, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização. [...] voltada para a formação completa e livre de preconceitos [...]’’.
O estudo de Alves e Duarte (2014) investigou a percepção subjetiva de inclusão por alunos com deficiência na Educação Física Escolar e tomou como principal base teórica o estudo de Stainback e Stainback (1999) onde defendem que a compreensão de inclusão parte do ponto de vista subjetivo do indivíduo sentir-se parte da comunidade, de forma que haja atenção às necessidades especiais e aceitação das diferenças (ALVES E DUARTE, 2014). Nessa mesma pesquisa, evidenciaram que outros estudos concordam que ‘’[...] o aluno com deficiência ainda não se sente totalmente incluído nas aulas de Educação Física’’ (p.330).
No entanto, como diz Camargo (2017) existe um ponto controverso onde educação inclusiva e educação especial são tidas como sinônimos. Escondendo o real foco da educação inclusiva que é a educação de todos, de forma igualitária. Ressalta que a educação inclusiva abrange alunos da educação especial, bem como ‘’[...] os alunos brancos, negros, de distintos gêneros, índios, homossexuais, heterossexuais etc. Ou seja, aos seres humanos reais, com foco prioritário aos excluídos do processo educacional’’ (p.2). Dessa forma, é interessante refletir sobre a utilização das nomenclaturas e da evolução linguística de forma geral. Othero (2004) diz que a língua falada não é algo imutável, mas sim uma entidade viva, desta forma com o passar dos tempos, pode sofrer mudanças, pois faz parte do processo evolutivo humano e sua comunicação.
O estudo de Palma e Lehnhard (2012) verificou em uma turma de 2º ano do Fundamental que possuía um aluno deficiente, que a inclusão acontecia, mas de forma parcial, durante as aulas de Educação Física. Assim ressaltam que: Quando observamos uma pessoa com deficiência, o que chama a atenção é a deficiência, fazendo com que esqueçamos que esses indivíduos também são capazes. Partindo do senso comum, são criados os pré-conceitos de que são seres incapacitados de realizar as atividades corriqueiras como uma pessoa sem deficiência (PALMA E LEHNHARD, 2012, p.120)
Utilizando essa perspectiva, o presente estudo questiona a utilização do termo ‘’inclusão’’ de acordo com a realidade prática e a sua definição em dicionário de língua portuguesa. Com o objetivo de apresentar um novo termo pudesse passar a ideia de igualdade entre os alunos e pertencimento imediato do grupo como é a demandas da sociedade atual e não de alocação como passa o termo ‘’inclusão’’. Apresentando também o reflexo da adoção desse novo termo na Educação Física Escolar.
Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo e exploratório em mídias físicas e virtuais. A maior parte da pesquisa virtual foi realizada em indexadores de artigos científicos como Scielo e Google Acadêmico. O restante em indexadores de periódicos e sites especializados em educação. Quanto a pesquisa em mídia física, foi realizada em dicionários de Língua Portuguesa.
Resultados e discussões: A pesquisa por novos termos apresentou diversos resultados e possibilidades, porém, alguns apresentaram definições bastante parecidas com o termo ‘’inclusão’’, passando uma ideia bastante similar. No entanto, foram encontrados dois termos que passariam melhor a ideia de igualdade e imediato pertencimento de grupo. Porém, por uma questão de facilidade em verbalização e escrita, preferiu-se adotar o termo ‘’equiparação’’.
Conclusões: Essa visão pode surgir de uma simples substituição ou evolução do termo para que o mesmo atenda as demandas da sociedade atual, provocando uma nova concepção acerca da temática, pelos professores e pela comunidade escolar em geral, da gestão ao alunado. Equiparando os alunos e não os incluindo, pois eles já fazem parte do grupo. E essa equiparação vai desde a utilização dos mesmos banheiros por alunos sem deficiência e alunos com deficiência às aulas de Educação Física Escolar, onde as atividades precisam ser o mais próximas possíveis do que seriam, se não houvesse um aluno com deficiência na turma. Onde esse mesmo aluno participe de forma efetiva, respeitando suas limitações e não seja um mero espectador ou participe apenas de forma parcial. Porém, este é apenas um estudo que apresenta um novo ponto de vista. É necessário a realização de mais estudos na área de Linguagens e estudos práticos, em Educação Física Escolar.
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André Luiz de Souza
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