Introdução: O índice de massa corporal (IMC) é uma variável classificatória calculada através da massa corporal e da estatura dos indivíduos. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS (2018), quase 349 milhões de crianças e adolescentes com idades entre 5 e 19 anos foram classificadas com sobrepeso ou obesidade em 2016. Alguns estudos associam índices elevados de IMC a doenças cardiometabólicas e a déficits de aprendizagem (WYATT et al., 2006; KENNEDY et al., 2016). Outros estudos mais específicos como o de Raine e colaboradores (2018), observou um desempenho menor nos testes de leitura e matemática em crianças obesas quando comparadas a crianças com o peso normal. Entretanto, há poucos relatos na literatura sobre a relação entre o IMC e o processo de aprendizagem em crianças pré-escolares. Portanto, o objetivo deste trabalho é verificar se há associação entre o IMC de pré-escolares e a aprendizagem. Metodologia: Participaram deste estudo 26 crianças de ambos os sexos (5,15 ± 0,81 anos; IMC: 16,91 ±2,99 kg/m2) devidamente matriculados em uma escola privada localizada em Recife-PE. Após a concessão da escola e a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética foi preenchido e assinado pelos responsáveis das crianças o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para aferir a massa corporal com a utilização da balança digital de controle corporal (OMRON), com as crianças sem os sapatos utilizando apenas a farda da escola normal. A estatura foi obtida com o auxílio de Estadiômetro, fixado na parede. Após o cálculo do IMC (massa corporal / estatura2), os valores foram transformados em Z-IMC. A avaliação da aprendizagem infantil foi realizada com os testes de discriminação fonológica (SEABRA & CAPOVILLA, 2013) e o infantil de nomeação (SEABRA, TREVISAN & CAPOVILLA, 2013). Para análise estatística foi utilizado à correlação de Pearson do pacote estatístico SPSS® 22.0. Resultados e discussões: A correlação entre Z-IMC e linguagem oral foi de r=0,04 e p=0,846; e entre Z-IMC e discriminação fonológica foi de r=0,272 e p=0,189, onde não foi observada associação entre o Z-IMC e as variáveis relacionadas à aprendizagem. Embora haja estudos que demonstrem uma diminuição na cognição e, consequentemente, na aprendizagem com a manifestação da obesidade em pré-escolares e em outras faixas etárias (LIANG et al., 2014; PEARCE et al., 2016; RAINE et al., 2018), isso não foi observado neste estudo. Tal fato pode ser explicado pela existência de outras variáveis que possam influenciar no processo de aprendizagem que não foram analisados em nosso estudo. Conclusões: Neste estudo não foi observada associação entre o Z-IMC, a discriminação fonológica e a nomeação (testes de aprendizagem) em pré-escolares.
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Daniely Gomes Vieira de Souza
André Luiz de Souza
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