O presente trabalho visa apresentar uma descrição acerca do artesanato da Olaria-Candeal, em Cônego Marinho – MG, por meio da educação informal sob a análise de suas possibilidades e formação para o desenvolvimento de características do comportamento empreendedor durante o processo de produção das louças de barro. A problemática sobre o tema desenvolvido pela educação informal pauta-se das possibilidades advindas do ensino do empreendedorismo para as relações sociais e sua transformação provocada nas artesãs, pois empreender estimula o indivíduo a compreender seu ambiente, a confrontar sua realidade, além de provocar e mostrar o papel feminino na sociedade atual, protagonismo e independência. Tendo como objetivo proporcionar a reflexão acerca da educação informal presente na história e cultura do artesanato como estímulo para o desenvolvimento de características empreendedoras. Empreender é um processo fundamental para a aprendizagem proativa, já que o indivíduo constrói e reconstrói a sua percepção sobre o seu ambiente, modificando, adaptando-se a esse processo cíclico de identificação com o mundo, o caminho pela autorrealização acerca de uma autoavaliação, buscando constantemente a autocriação (DOLABELA, 2003) em meio ao processo de “destruição criativa” (ARANTES, HALICK E STADLER, 2014, apud, SCHUMPETER, 1978) provocada por si. Como o ofício presente no artesanato da Olaria-Candeal é uma herança perpassada por gerações, a pesquisa busca descrever como a educação informal “(...) ocorre nos espaços de possibilidades educativas no decurso da vida dos indivíduos, como a família, tendo, portanto caráter permanente.” (AFONSO, 1992 apud GOHN 1998, p.517). Para Dolabela (2003) o comportamento que define as características de um empreendedor é nato do ser humano, necessita ser estimulado. A relação do homem com o barro exercita e estimula seu desenvolvimento, “(...) principalmente para a formação como ser global, sensível e profissional realizador (...) (STORI, 2003, 41)”. Como orientação metodológica foi utilizada fontes bibliográficas e a pesquisa exploratória. A partir dos dados, conclui-se que a educação informal, compartilhado entre as artesãs mais experientes com as atuais oleiras, enriquece e perpetua o ofício de modular a argila na comunidade, contribuindo para a emancipação das artesãs, uma vez que todo o processo de criação das louças é realizado por elas, utilizando-se da herança do ensino informal e das trocas de experiências que ocorre diariamente, o que favorece a adaptação frente às mudanças (naturais ou humanas) provocadas no ambiente. Identificamos que a educação informal presente no ensino de modular o barro fortalece a identidade cultural presente em cada louça, emancipa as artesãs, corrobora para o manifesto de características empreendedoras como autonomia, criatividade e autoconfiança, além de habilidades que contribui para o aprendizado formal e para a socialização.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Andrey Guilherme Mendes de Souza
Fátima Rita santana Aguiar
Comissão Científica