Resumo
A educação é um direito social inerente a dignidade da pessoa humana. Desse modo, entende-se a educação como bem comum a qualquer sujeito independente de classe social, raça, etnia, gênero. Importante salientar o papel do capital ao apropriar-se da categoria educação como meio de controle social e alienação da classe trabalhadora em detrimento do interesse burguês. Ao analisar a educação a partir do olhar do Serviço Social é possível observar sobre a participação popular no processo de aprendizagem e como a cultura interfere na concepção de educação em consonância com o projeto ético-político da profissão. O objetivo deste trabalho é refletir sobre o trabalho do Assistente Social na Política de Educação e como sua prática pode proporcionar cultura e educação popular à emancipação dos usuários da referida política. A sua intervenção viabiliza o campo do saber de modo que os usuários se reconheçam como sujeitos políticos e integrantes de uma proposta de educação humanizada, fora dos moldes propostos do modelo capitalista. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica fundamentada na lei que regulamenta a profissão – Lei 8662/1993, ALMEIDA (2011) e CFESS-CRESS (2011). Discussão e resultados: A proposta do profissional do Serviço Social na política da educação, por meio dos estudos realizados no Grupo de Trabalho desenvolvidos pelos profissionais da categoria (CRESS) nas regiões do Brasil e pelo professor Dr. Ney Luiz Teixeira de Almeida a partir de 2010, permite perceber os educadores e educandos a partir da análise de totalidade da sociedade. Nesse sentido, a noção de cidadania decorre das estratégias que os Assistente Sociais utilizam para desvelar uma educação universalizada, laica, de qualidade e gratuita. Entende-se as particularidades no campo sócio-ocupacional e as ações que os profissionais desenvolvem alinhados ao projeto ético-político da profissão de acordo com a Lei de Regulamentação da profissão de 1993, ao defender um profissional crítico, defensor da classe trabalhadora e propositivo numa construção coletiva e integradora no campo da educação considerando a cultura como parte integradora do processo. Assim sendo, percebe-se uma trajetória profissional tensionada pelos interesses do modelo burguês, embora haja política pública para propor o rompimento dessa lógica, e o projeto de sociedade defendida pela categoria. Conclusão: É nesse tensionamento de interesses que o profissional inserido no campo da educação deve buscar estratégias de contra-hegemonia do capital a partir de uma educação popular que garanta aos sujeitos coletivos seu direito de exercer a cidadania rompendo com o modelo de educação “mercadoria” produzida até os tempos atuais. O debate faz-se necessário para ampliação da política social em construção com os movimentos sociais, profissionais da educação e poder público.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Andrey Guilherme Mendes de Souza
Fátima Rita santana Aguiar
Comissão Científica