Este trabalho é produto de uma pesquisa em andamento, do projeto de iniciação científica BIC/CAMP, com pedagogos formados na Unimontes campus Janaúba no período de 2013 a 2015 e tem por objetivo analisar, sob a ótica destes egressos, de que forma as diversas etapas, conteúdos e atividades do currículo da pedagogia contribuíram para a formação dos mesmos e se existiram lacunas neste processo. Busca-se entender o nível de formação destes novos docentes, os conhecimentos, atitudes e capacidades desenvolvidos e a forma como isso foi fomentado na universidade: se por meio de pesquisa, seminários, debates e outras atividades práticas que permitissem uma maior comunicação entre conteúdos e destes com o objeto de estudo (educação), ou se apenas por aulas expositivas, com reforço do comodismo, da aceitação, da não criticidade e da falta de vinculação entre teoria e prática. Como Metodologia está sendo utilizada a catalogação dos acadêmicos formados neste período, pesquisa quanti-qualitativa, análise de conteúdo e trabalho de campo. Na análise dos resultados parciais, é notável a incompreensão por parte de alguns, de questões simples, relacionadas com a pesquisa e a extensão por exemplo – o que sugere o desconhecimento de tais práticas, e a dificuldade de fazer uma crítica palpável em relação à formação. Muitos afirmam que, embora as disciplinas do currículo sejam, na sua maioria, coerentes com as demandas regionais e institucionais, não estão sendo exploradas a ponto de proporcionar aos novos pedagogos segurança na atuação inicial. Nas palavras de dois deles: “A teoria é muito bem trabalhada mas percebo que falta um pouco de prática e de desenvolver habilidades que se usarão no dia a dia da escola”, “O curso não ofereceu muitas oportunidade de leitura, pesquisa e extensão e tampouco conhecimentos práticos.” Para outra: “Todas as disciplinas são de fundamental importância. Porém em minha prática como docente, tive que aprender muitas coisas sozinha e que não havia estudado sobre tais situações enfrentadas, senti que na prática e bem diferente do que na teoria”. É facilmente notável, na fala de todos eles, uma insegurança em relação ao próprio saber e à eficácia da formação. Essa instabilidade na formação pode ter explicação nas constantes mudanças e adaptações que o currículo de pedagogia vem sofrendo nos últimos anos (muitos conteúdos para pouco tempo de estudo, falta de relação entre teorias, e destas com a prática) quase sempre, deixando a cargo do futuro docente, “testar” estas relações na própria atuação. Segue-se este trabalho de pesquisa, no intuito de desvendar tais dilemas na formação docente.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Andrey Guilherme Mendes de Souza
Fátima Rita santana Aguiar
Comissão Científica