O presente trabalho visa apresentar o resultado de uma discussão interdisciplinar acerca da importância e significado do ensino da História e Cultura Afro-brasileira em uma escola da cidade de Cônego Marinho - MG. O projeto é iniciante, sendo desenvolvido a partir de uma problemática basilada numa relação entre Educação Formal e Religião de Matriz afro-brasileira na educação básica. Como hipótese, investigamos e desenvolvemos a questão do espaço escolar de diversidade a partir de uma educação que desenvolva o ser humano levando em conta a produção de subjetividades operadas no nível das práticas sociais e modelos de ensinar e aprender. A pesquisa, de caráter eminentemente teórico-empírico, tomou como orientação metodológica a leitura analítica de textos, interpretação e análise de filmes e documentários de autores que versam sobre a temática, com o intuito de compreender e desdobrar a questão proposta e encaminhar nossa hipótese. O recorte teórico, além dos vários textos e entrevistas publicados, recobre, de modo especial, Kabengele Munanga - Superando o Racismo na escola (2005) e Tshishiku TSHIBANGU et al. – Religião e Evolução Social. Enquanto educadores, podemos oferecer meios que possibilitem o questionar e quiçá o descontruir dos mitos de superioridade ou inferioridade introjetados no ‘ser’ dos estudantes pela cultura na qual foram socializados (MUNANGA, 2005). Para Battista Mondin (1980), o homem desenvolveu uma atividade religiosa desde tenra idade na história da humanidade, sendo esta atividade religiosa, essencial para humanização. Por objetivo, buscamos suscitar e elucidar uma reflexão a partir de um estudo de caso, consolidado via um projeto de intervenção, acerca do significado que tem a dimensão religiosa na vida do ser humano. Nosso desafio, enquanto professores é pensar uma educação pluricultural, levando em consideração um país pluriétnico. Estamos longe de esgotar a compreensão acerca da Relação entre Educação formal e Religião de matriz afro-brasileira. Identificamos e compreendemos com esta primeira aproximação com a temática, que o projeto contribuiu para o desenvolvimento e potencialização da autoconfiança, valorização da autoimagem, autoconhecimento, criticidade frente a atitudes de indiferença, preconceito e intolerância religiosa. Nesse sentido, a Relação entre Educação formal e Religião de matriz afro-brasileira se traduz como uma atitude ligada ao exercício de uma ação social e política, ao modo de conceber o real, de relacionarmos com nós mesmos, com os outros e com o sagrado.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Andrey Guilherme Mendes de Souza
Fátima Rita santana Aguiar
Comissão Científica