O presente trabalho objetivou analisar, sob o ponto de vista epistemológico, os resultados de uma pesquisa quali-quantitativa sobre as Atividades Colaborativas (AC) previstas no modelo de oferta de cursos superiores na modalidade de Educação a Distância (EaD) da Unimontes na perspectiva dos alunos. Com a advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) incorporadas pela EaD, as mudanças paradigmáticas na educação se alinham com as proposições de teorias de aprendizagem colaborativa como Peer Tutoring, Achored Instruction e Distribuited Cognition. Essa afirmativa se sustenta na percepção dos alunos da EaD da Unimontes quanto ao processo de ensino-aprendizagem nesta modalidade, em especial quanto à atividade colaborativa. Esta pesquisa coletou 540 (quinhentas e quarenta) respostas, entre os meses de julho e agosto de 2019, onde cada aluno avaliou seu grau de concordância com afirmativas referentes às AC cujas respostas variaram de “discordo totalmente” a “concordo plenamente” com cinco alternativas na escala Likert. Enquanto 445 (82%) alunos concordaram que as AC favoreceram a aprendizagem colaborativa induzindo a troca de conhecimentos e experiências entre os alunos, apenas 32 (6%) discordaram desta afirmativa e outros 63 (12%) não concordaram nem discordaram. Este dado confirma a importância da colaboração entre alunos para promover a aprendizagem sob vários aspectos. Por outro lado, 297 (55%) alunos concordaram que as AC elaboradas pelos professores foram compatíveis com o tempo disponível, enquanto 153 (28%) discordaram e outros 90 (17%) não concordaram nem discordaram. Este dado reflete a percepção dos alunos quanto ao dimensionamento de tempo necessário para realizar as AC, que poderia ser melhorado. Isso reforça a necessidade de fomentar nos professores uma melhor percepção da dinâmica que se desenvolve numa experiência de aprendizagem colaborativa em um curso na EaD. Para tanto, torna-se necessário promover um novo conjunto de competências, habilidades e atitudes docentes para fazer frente às demandas da EaD na contemporaneidade. Assim, as proposições da complexidade epistemológica de Edgar Morin, e da transdisciplinaridade trazida por Hilton Japiassu, se aproximam destas novas demandas cognitivas de docentes e discentes na EaD. Conforme Thomas Kuhn, isso reforça o papel dos paradigmas na atual revolução científica que se verifica no âmbito educacional, com suas sucessivas mudanças paradigmáticas.
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